Alípio Ribeiro defendeu a saída da PJ da tutela da Justiça para o Ministério da Administração Interna, considerando ainda que a criação de um ministério que reúna todas as polícias poderá servir a eficácia da investigação criminal.
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O director nacional da Polícia Judiciária defendeu a saída da PJ da tutela da Justiça para o Ministério da Administração Interna, considerando que este é actualmente o «ministério da segurança».
Em entrevista ao Diário Económico desta segunda-feira, Alípio Ribeiro afirmou que a segurança é hoje uma área abrangente, sem estruturas estanques, pelo que já não faz sentido associar a PJ à Justiça e entregar-lhe a exclusividade da investigação.
O responsável lembrou que as novas ameaças criminais são cada vez mais difusas e circulam de forma pouco visível, como o terrorismo ou o crime económico, logo exigem abordagens mais profundas.
Além de admitir a passagem da Judiciária para o Ministério da Administração Interna, Alípio Ribeiro também encarou com bons olhos a criação de um Ministério do Interior, como existe em Espanha.
Para o director nacional da PJ, um ministério que reúna todas as polícias pode servir a eficácia da investigação criminal, já que o sucesso da mesma está na partilha de informações, um método em que todas as polícias sabem um pouco de tudo.
Na opinião do responsável, o importante é resolver o problema da «tutela politica bicéfala» em matéria de segurança, na certeza de que a saída do Ministério da Justiça não será prejudicial para as relações entre a PJ e o Ministério Público.
A saída da Judiciária da tutela da Justiça nunca foi muito consensual dentro do Governo Socialista, contando com o apoio do antigo ministro da Administração Interna António Costa e, por outro lado, com a recusa do ministro da Justiça, Alberto Costa.
Contactados pela TSF esta segunda-feira, quer o gabinete do ministro da Justiça quer o do ministro da Administração Interna escusaram-se a comentar as declarações de Alípio Ribeiro.