A maioria dos alunos das escolas portuguesas, 58 por cento, está insatisfeita com a forma de utilização da internet nas escolas. Os estudantes reivindicam maior velocidade, mais computadores e livre acesso aos terminais.
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A maioria dos alunos das escolas portuguesas, 58 por cento, está insatisfeita com a forma de acesso à internet nos computadores das escolas e consideram que é necessário maior velocidade no acesso, mais computadores e a possibilidade de livre acesso, sem recorrer a marcação prévia.
Um estudo de alunos de Informática de Gestão, da Universidade Fernando Pessoa, revela que 52.2 por cento doa alunos tem que marcar a utilização da internet com antecedência e apenas 27.8 por cento pode utilizar a internet livremente.
Apesar da insatisfação no uso da rede, apenas 0.4 por cento não tinham ouvido falar da internet, Sobre a forma como tinham conhecido a rede, 12.8 por cento referem a escola como a fonte de informação, 45.2 por cento referem a televisão e 36.3 por cento referem os amigos e familiares.
Para o primeiro local de acesso, 41.6 por cento dos alunos refere a escola e para 40.8 por cento continua a ser o local de acesso mais frequente.
A maioria dos alunos, 47.4 por cento diz usar a internet para navegar, enquanto que 29.1 por cento admite que usa a internet na escola principalmente para aceder a serviços de «chat» e 19.4 para trocar «e-mail's»
No campo dos conteúdos, os jogos, a música, as anedotas e o desporto são os temas mais procurados. Os «sites» de conteúdos pedagógicos atraem 4.4 por cento dos alunos inquiridos, um numero que fica abaixo dos «sites» eróticos e pornográficos, com 5.3 por cento.
Nos 20 «sites» mais visitados estão os motores de busca mais populares e endereços como os do «Big Brother», Acorrentados, «Playboy» e o «Napster».
Quanto às páginas pessoais, apenas 9.6 por cento já participou na construção de uma página de teor pedagógica, enquanto que 83.3 por cento não tem nenhuma página pessoal.
Relativamente ao Programa «Internet na Escola», 53.5 por cento admitiu não o conhecer.
O ministro da Ciência e Tecnologia, responsável pelo lançamento do programa, já anunciou que pretende que até ao fim de 2001 todas as escolas do ensino básico do país tenham acesso à rede, completando um processo que se iniciou em 1997 com as escolas dos segundos e terceiros ciclos e do secundário.
Este estudo, que pretende avaliar o Programa Internet nas Escolas, lançado em 1996 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia assenta em 631 inquéritos, dos quais apenas 541 foram válidos, a alunos do secundário e do terceiro ciclo do básico, de oito escolas dos concelhos de Caminha, Viana do Castelo, Ponte de Lima, Barcelos e Braga.