O maestro Miguel Graça Moura está cercado no interior da Orquestra Metropolitana de Lisboa. Os funcionários e os alunos da Academia dizem que só o «libertam» se ele se demitir, Graça Moura acusa Santana Lopes de estar «por detrás» do protesto.
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O presidente da Associação de Estudantes, António Jorge Nogueira, disse à TSF que «todos os estudantes, funcionários, músicos e professores estão fora da Academia, porque o maestro se recusa a demitir».
Entretanto, dois veículos da polícia já chegaram à Orquestra Metropolitana de Lisboa. O primeiro carro chegou pouco antes das 16:00 e o segundo veículo apenas ums minutos depois.
A culpa é de Santana, diz Graça Moura
Depois de alguns agentes entrarem no edifício, o maestro chamou os jornalistas para dizer que «quem está por detrás de tudo» isto é o presidente da Câmara de Lisboa, Santana Lopes, «a quem aqui acuso publicamente».
«Se ele entende que estes são os métodos, que seja responsabilizado», disse Graça Moura, denunciando que a autarquia «deve 45 mil contos» à Orquestra, o que o impde de proceder ao pagamento dos salários em atraso a 160 funcionários.
Pouco depois do início do cerco, a TSF conseguira contactar com Miguel Graça Moura (na foto), no interior do seu gabinete. O maestro disse que «continua a trabalhar», que sai das instalações «quando quiser» e que não se sente sequestrado, mas admitiu a hipótese de «chamar a polícia» se não o deixarem sair.
Cerco visa forçar demissão
António Jorge Nogueira justifica a acção com a «recusa de Graça Moura em demitir-se». À TSF, o presidente da Associação de Estudantes admitiu que «esta é uma medida extrema e fomos forçados a tomá-la, porque o maestro se recusa a pedir a demissão».
«Queremos a demissão do maestro e exigimos que saia, porque a escola está em risco de fechar e ele não está a ter consideração pelos 160 trabalhadores e 600 alunos que fazem a escola e a orquestra. Queremos fazer-lhe ver que a Orquestra não é dele», disse.
António Jorge Nogueira sugere «tratamento psiquiátrico» para Miguel Graça Moura
Sobre a reacção de Miguel Graça Moura ao facto de estar fechado na instituição, mas de sair quando quer, António Jorge Nogueira afirma que «é muito estranho».
«O maestro deve ter tratamento psiquiátrico, porque já lho comunicámos e está a mentir, dissemos-lhe para sair pelo seu próprio pé e ele diz que se recusa a sair. Exigimos um novo ciclo de prosperidade para esta casa. Se o maestro Miguel Graça Moura ficar dentro da instituição, que fique. Esperamos por ele cá fora e uma vez saindo, não volta a entrar», concluiu.
Miguel Graça Moura tinha afirmado que iria deixar a presidência da Associação Música, Educação e Cultura para permitir que fossem pagos os salários em atraso a cerca de 160 funcionários, mas a sua demissão ainda não se verificou.