O presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) não percebe as razões que levam a mais um aumento dos combustíveis que se verificou esta quarta-feira. À TSF, Augusto Cymbron lembrou que nenhuma petrolífera compra o petróleo a 119 dólares.
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O presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) considerou inaceitáveis os aumentos nos combustíveis que se fizeram sentir esta quarta-feira, naquela que é a 14º subida nestes preços desde o início de 2008.
«A subida de três cêntimos no gasóleo e de 2,1 por cento nas gasolinas é brutal para o aumento que o petróleo tem tido que, expresso em euros, é pouco. Os preços anunciados são para vendas futuras e são pura especulação», explicou Augusto Cymbron.
O responsável máximo da ANAREC adiantou ainda que não acredita que nenhuma petrolífera «compre petróleo a 118 ou 119 dólares» e lembrou que cem dólares representam actualmente cerca de 66 euros.
Por estes motivos, a ANAREC entende não existirem razões para tão grandes aumentos nos combustíveis e desafiou mesmo as petrolíferas a revelarem quanto pagam por cada barril de petróleo.
Os revendedores de combustíveis exigem ainda voltar a reunir-se com o Governo e pedem para que o Executivo baixe o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos, responsável, nas contas da ANAREC, por 9,3 por cento das receitas fiscais do Estado.
«Em Espanha, o imposto correspondente é responsável somente por 3,6 por cento das receitas do Estado espanhol. A média dos países europeus é de 4,8 por cento», acrescentou Augusto Cymbron, que exige uma politica fiscal idêntica à de Espanha em Portugal.
Augusto Cymbron considerou ainda que a actual política do Governo relativamente aos combustíveis significa estar a «afogar os contribuintes e realmente não é assim que se faz política».
O presidente da ANAREC considerou ainda que o Governo apenas fecha os olhos a esta situação, porque os aumentos dos combustíveis representam mais receita para o Estado.
Com este aumento, o gasóleo passou a custar 1,329 euros, ao passo que a gasolina sem chumbo 95 subiu para os 1,451 euros.