Ângelo Correia, um dos estrategas da campanha que Luís Filipe Menezes traçou para as eleições directas e um dos homens fortes com quem vai contar no futuro, fez críticas quanto à «autonomia total» declarada por Luís Filipe Menezes ao grupo parlamentar.
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Os «cabelos brancos» de Ângelo Correia permitem-lhe algumas reservas quanto à decisão de Menezes de proclamar a autonomia da bancada «laranja» em relação à direcção do PSD.
«Pode o líder de um partido estabelecer um princípio básico em que consagra a autoridade do grupo parlamentar como autónoma? O dr Menezes, que é muito a favor da democracia representativa, fez uma opção, não lhe posso levar a mal», adiantou.
Interrogado pelos jornalistas se concorda com esta medida, Ângelo Correia respondeu: «Eu tenho mais cabelos brancos».
As dúvidas deste social-democrata ganham maior dimensão quando frisa que o grupo parlamentar não pode ter opiniões próprias.
«O grupo parlamentar, sendo uma organização autónoma no sentido da sua organização reflecte um ponto de vista do partido, ou seja, não tem opiniões próprias, mas decorrentes daquilo que é expresso através do próprio partido. É óbvio», salienta.
Menezes já avisou que vai exigir do grupo parlamentar do PSD uma «disciplina férrea», apesar de ter dado toda a liberdade, adiantou que tem uma preferência para a liderança desta bancada que prefere não mencionar por «uma questão de ética».
Sobre o encontro entre Pedro Santana Lopes e Luís Filipe Menezes, do qual saiu a notícia de que os dois teriam chegado a um acordo institucional, Ângelo Correia sublinha que essa «não é a expressão mais correcta».