Angola poderá ter um milhão de pessoas infectadas com vírus da Sida nos próximos dez anos, afirmou hoje José Van-Dunem, vice-ministro angolano da saúde, num apelo à união de esforços para travar a doença.
Corpo do artigo
Dados oficiais revelados hoje afirmam que até 31 de Julho estavam registados 6.991 casos de Sida em Angola, mas José Van-Dunem admitiu que este número deve ser muito inferior à realidade.
O grande número de população deslocada, bolsas de pobreza muito acentuadas e questões de ordem cultural influenciaram a mudança de comportamentos, além da necessidade de muitas transfusões sanguíneas ainda não conseguiram garantir sangue seguro em todo o país.
José Van-Dunem revelou que «desgraçadamente não há nenhuma província do país que não tenha casos registados», especificando que Cabinda, Luanda e Benguela são as províncias que apresentam o maior número de doentes com Sida.
Entre os 6.991 casos registados até 31 de Julho, 2.324 ocorreram em Cabinda, enquanto Luanda registou 1.900 e Benguela 607 casos.
A gravidade da situação da Sida em Angola já tinha sido admitida, no final de Agosto, pela vice-ministra angolana da Saúde, Natália do Espírito Santo, que admitiu que «meio milhão de angolanos poderão morrer nos próximos dez anos se não forem rapidamente tomadas medidas adequadas».
Por seu lado, a ministra angolana da Saúde, Albertina Hamukuaia, afirmou, no final de Setembro, que tinham sido registados cerca de 470 mil seropositivos entre 1985 e 1999, frisando que apenas 45 mil estavam a ser controlados pelas
autoridades sanitárias.