António Costa tem um acordo político com o vereador José Sá Fernandes, revela o Jornal de Negócios. O novo presidente da autarquia da capital, que toma posse esta quarta-feira, teve de aceitar várias condições para assegurar o acordo com o vereador do Bloco de Esquerda.
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O novo presidente da Câmara Municipal de Lisboa garantiu um acordo político com o vereador eleito pelo Bloco de Esquerda ao aceitar diversas condições impostas por José Sá Fernandes, noticia a edição desta quarta-feira do Jornal de Negócios.
Segundo este diário económico, António Costa, que toma posse esta quarta-feira à tarde, aceitou que os promotores imobiliários lisboetas sejam «obrigados a vendar ou arrendar 20 por cento dos empreendimentos novos a preços controlados, ou seja, a preços abaixo do preço de mercado».
No que toca a esta que era uma das principais condições impostas pelo vereador Sá Fernandes, e que vai implicar a revisão do Plano Director Municipal (PDM) da capital, falta ainda definir os critérios e o público-alvo da medida.
O acordo entre António Costa e José Sá Fernandes prevê ainda a proibição da construção de mais empreendimentos na frente ribeirinha e o avanço do corredor verde entre Monsanto e o Parque Eduardo VII, idealizado pelo arquitecto Ribeiro Teles.
O novo presidente da autarquia da capital decidiu ainda cancelar a permuta que entregou à BragaParques parte dos terrenos da Feira Popular, negócio cuja legalidade vai ser investigada, sendo ainda feito um levantamento de anteriores negócios entre a câmara e esta empresa.
O acordo com Sá Fernandes envolve a reestruturação de diversas empresas municipais, nomeadamente da EPUL, que irá perder todas as suas competências, ficando apenas com a reabilitação urbana.
O Jornal de Negócios fala ainda da garantia dada por António Costa a José Sá Fernandes sobre a não entrega de qualquer pelouro da autarquia a membros da lista do PSD ou a integrantes da lista do ex-presidente Carmona Rodrigues.
Entretanto, em declarações ao Diário de Notícias, Helena Roseta adiantou que a eventual aceitação de pelouros na câmara não fará com que a ex-militante do PS faça alguma aliança com António Costa, tendo esta vereadora adiantado, contudo que «não criar dificuldades».
Quem ficará mesmo de fora deste acordo com António Costa é a CDU, isto após o vereador comunista Ruben de Carvalho ter confirmado, também em declarações ao DN, que não fará parte do executivo de António Costa, tal como tinha prometido desde o anúncio das eleições intercalares em Lisboa.