José Miguel Júdice avisa a câmara de Lisboa que qualquer que seja a solução para a frente ribeirinha da cidade, nunca será consensual. António Costa já garantiu, no entanto, que aquele espaço, à frente do rio, não será para ocupar com torres de escritórios.
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O presidente da câmara de Lisboa espera ter definidas, na próxima semana, as áreas que vão passar do domínio da Administração do Porto de Lisboa (APL) para a autarquia. Só depois será possível começar a trabalhar na reabilitação da frente ribeirinha.
Ontem à noite, num debate sobre Lisboa e o Tejo, António Costa, o presidente da câmara deixou uma certeza: a frente ribeirinha não será ocupada com escritórios e torres.
«As pessoas vêm a multiplicação de lotes, de torres e de escritórios à beira rio, mas nada disso, que eu saiba, está previsto. E se não está previsto agora, no final ainda menos estará», salientou o autarca.
António Costa promete que câmara e Governo vão trabalhar juntas na reabilitação da frente ribeirinha da cidade mas, para já, não está definido nenhum plano estratégico.
«O que é que se via fazer entra o Cais do Sodré e Santa Apolónia, o que e se vai desenvolver em Pedrouços e em Belém? Está-se a desenvolver o trabalho mas esse trabalho ainda não tem versão final, nem foi aprovado pela câmara, nem pelo Governo», sublinhou.
Desta definição dependerá, depois, a constituição das sociedades participadas pelo Estado e pela autarquia responsáveis pelas obras da frente ribeirinha.
José Júdice, o antigo bastonário da Ordem dos Advogados será o futuro coordenador dessas sociedades. Ontem à noite, no debate, José Miguel Júdice advertiu a câmara de que deve estar preparada para muitas polémicas, porque qualquer que seja a solução para a frente ribeirinha nunca será consensual.