O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), António Guterres, destacou esta segunda-feira, o «apoio crescente» que Portugal tem dado aos refugiados, considerando que é um dos «países de primeira linha» em termos de ajuda.
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Na cerimónia de inauguração do Centro de Acolhimento do Conselho Português para os Refugiados (CPR), na Bobadela, concelho de Loures, António Guterres frisou que «tem havido por parte das autoridades portuguesas uma atitude pró-activa muita positiva no sentido de colaborar em termos de solidariedade internacional com o apoio aos refugiados».
De acordo com o Alto-Comissário, as ajudas traduzem-se não apenas ao nível do acolhimento, mas também em termos financeiros e o apoio da Força Aérea em transporte humanitário para Timor-Leste e para o Líbano.
«Portugal em todos os momentos difíceis tem sido um dos países que está na primeira linha, predispondo-se a ajudar o ACNUR, nomeadamente em crises mais complexas», salientou.
Também presente na inauguração, o ministro da Administração Interna, António Costa, manifestou o desejo de abrir um centro semelhante «na zona Norte do país para Portugal aumentar a sua capacidade de acolhimento [de refugiados]».
O Centro hoje inaugurado constitui para António Guterres «uma aposta importante na afirmação da tolerância» e uma forma de «inserção dos refugiados na comunidade local».
«A intolerância que por vezes grassa em relação ao estrageiro, na Europa, pode ser fazer para a coesão», salientou o Alto-Comissário.
«É um Centro onde as pessoas são recebidas com toda a dignidade e vivem em sintonia com a comunidade que está à sua volta», frisou.
Segundo o ACNUR, o número de refugiados em todo o mundo tem vindo a diminuir, sendo actualmente de 8,5 milhões, mas têm aumentado os deslocados no próprio país, mais de 25 milhões.
Nos últimos 12 meses, mais de um milhão de refugiados regressaram ao país de origem, como Afeganistão, República Democrática do Congo, Angola, Serra Leoa, Libéria, sul do Sudão.
Com capacidade para 34 pessoas, o novo Centro de Acolhimento do CPR apresenta como novidades quartos para casais com filhos e para deficientes.
Actualmente, no CPR, encontram-se 19 requerentes de asilo provenientes de países africanos, Leste europeu, Turquia e Líbano.
Desde 1999, data de criação do antigo centro, já passaram pela instituição perto de 800 pessoas.