Arqueólogos britânicos descobriram no deserto egípcio cerca de trinta locais ricos em obras de arte gravadas na pedra datadas de há 6.000 anos, revela a edição de hoje do jornal «The Guardian».
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Estas descobertas podem trazer novos dados para compreender as origens da civilização egípcia.
Os achados foram descobertos nas últimas semanas em pleno deserto, a leste do Nilo.
As obras de arte representam sobretudo barcos, seres humanos e vários animais como gado, girafas, hipopótamos e avestruzes que viviam na região 4.000 anos antes de Cristo, um período anterior à era das pirâmides e dos faraós.
«Estas descobertas surpreendentes são a capela Sistina do Egipto pré-dinástico», afirmou Toby Wilkinson, da Universidade de Cambridge, que dirigiu a equipa de arqueólogos britânicos.
Segundo Wilkinson, esta descoberta abre «um capítulo inteiramente novo no estudo da civilização egípcia e das suas origens».
Para o arqueólogo, até aos últimos dois ou três anos, as pesquisas concentraram-se no vale do Nilo.
«Ninguém pensou que pudesse existir um tesouro de informações no local que é actualmente o deserto, por se ter tornado tão inóspito e inacessível», explicou.
A desertificação do Egipto começou apenas 3.500 anos antes de Cristo, precisa o The Guardian. Antes dessa época, a paisagem a leste do Nilo assemelhava-se à actual savana do leste de África, com inúmeros cursos de água e ribeiras.
Os arqueólogos encontraram ainda vestígios de um povo nómada não identificado que transportava o gado de um local para o outro, entre o vale do Nilo e o mar Vermelho.
«Este povo deixou depois a savana para se instalar no vale do Nilo, dando origem à civilização egípcia», afirmou Wilkinson.