O ser humano pisa o território timorense há mais de 30 mil anos, segundo as últimas descobertas de um grupo de arqueólogos australianos. Os últimos estudos arqueológicos apontavam para vestígios de, apenas, 13 mil anos.
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Já existem seres humanos em Timor-Leste há mais de 30 mil anos, o dobro do tempo que se pensava, de acordo com recentes descobertas de uma equipa de arqueólogos australianos que investigou o território.
A equipa, da Australian National University, revelou que análises feitas a restos de conchas descobertas numa cave na ponta leste de Timor Loro Sae indicam que o Homem já vivia na região há pelo menos 30 mil anos.
Na escavação, efectuada entre Junho e Setembro de 2000, dois arqueólogos da ANU, Susan O'Connor e Matthew Springgs, centraram as suas atenções na cave de Lene Hara, próximo da aldeia de Tutuala na ponta leste do território.
Conchas e instrumentos de pedra, encontrados na cave, foram datados na Austrália comprovando a descoberta. Num comunicado os investigadores explicam que os resultados da análise do material descoberto em Timor-Leste os surpreendeu, ajudando a consolidar outras investigações em curso.
«Inicialmente não pensávamos que a cave fosse especialmente antiga, talvez apenas tivesse 8 mil anos. Mas depois surgiram os resultados», disse no comunicado Matthew Springgs.
«As descobertas demonstram que estamos bastante próximos de datar o período da primeira presença de humanos em Timor-Leste que podem ter sido os antepassados dos primeiros australianos», sublinhou. O grupo de arqueólogos poderá voltar a Timor-Leste em Julho para fazer mais investigações.
A descoberta sugere que os primeiros habitantes aborígenes da Austrália tenham vindo de Timor-Leste uma vez que, os dados agora recolhidos, se aproximam da data em que chegaram os primeiros humanos aquele continente.
Os último estudos arqueológicos feitos na região foram levados a cabo por um aluno da mesma universidade que, há trinta e cinco anos, encontrou ossadas e instrumentos de pedra com 13 mil anos.
Esta última escavação, foi a primeira que se pôde realizar nas últimas décadas já que, durante o período de ocupação indonésia sobre Timor Leste, todos os estudos arqueológicos foram proibidos.