Os partidos políticos acusam o Governo de «fugir às responsabilidades» por ter dado como encerrado o caso sobre o alegado incidente entre polícias e um sindicato de professores ocorrido na Covilhã, depois de ter recebido o relatório que pediu à Inspecção-geral da Administração Interna.
Corpo do artigo
O CDS-PP, o PCP eo Bloco de Esquerda criticam a decisão do Governo que deu como encerrado o caso sobre o alegado incidente entre polícias e um sindicato de professores ocorrido na Covilhã, depois de ter recebido o relatório preliminar que pedira à Inspecção-geral da Administração Interna.
Os partidos da oposição acusam o Executivo de, ao mandar arquivar o processo, «estar a escapar às responsabilidades».
Pelo lado do CDS-PP, o deputado Nuno Magalhães considerou que ainda há «questões que ficaram por esclarecer», sublinhando que o inquérito «nada diz».
Nuno Magalhães confessou ainda não ter sido apanhado de surpresa com a decisão do ministro, porque - realçou - «o processo, antes de ter começado, estava arquivado».
Também o Bloco de Esquerda, pela voz de Francisco Louçã, disse não ter ficado surpreendido com o arquivamento, destacando alguns pontos do relatório da IGAI que considera «estranhos».
«Toda a estratégia do ministério e do Governo foi sacudir a sujeira para debaixo do tapete e procurar evitar que haja qualquer responsável», afirmou, sublinhando que o comunicado é «misterioso, senão mesmo anedótico».
Perante estes factos, Louçã apelou às vozes do PS, tal como fez ontem o deputado Manuel Alegre, para que se «levantem contra o autoritarismo do Governo».
Do lado do PCP, o deputado António Filipe também não se mostrou concencido com as conclusões do relatório da IGAI neste processo da Covilhã.
«Há aqui um responsabilidade governamental óbvia, porque é o Governo que tutela as forças de segurança e, portanto, nós temos de saber de onde partem estas orientações», revelou.
Do lado dos Sindicatos, Mário Nogueira, da Fenprof, mostrou-se «indignado» com o arquivamento do processo.
«Aquilo que nós continuamos a não perceber é porque é que a garantia de segurança da visita do sr. primeiro-ministro passa por uma visita da polícia às instalações do Sindicato dos Professores da Região Centro», questionou.