O papa Bento XVI considera que os últimos atentados terroristas não podem ser considerados actos «contra o cristianismo» e mostrou-se convencido de que há no Islão elementos moderados com quem se pode dialogar em direcção à paz.
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O Papa falou à imprensa depois de um encontro com padres e diáconos do Vale de Aosta, nos Alpes italianos, onde se encontra de férias.
Questionado sobre se estes ataques podem ser considerados «anti-cristãos», Bento XVI respondeu: «Não, parece-me que há uma intenção muito mais geral, não especificamente contra o cristianismo».
Na opinião do Papa, há no Islão «elementos que podem favorecer a paz», devendo procurar-se nesta religião as pessoas certas para um diálogo.
«Não pretendo etiquetar [o Islão] com grandes palavras gerais, certamente existem [no Islão] elementos que podem favorecer a paz, e outras coisas: devemos sempre procurar o melhor», sublinhou.
O papa reiterou, dirigindo-se aos autores dos terríveis atentados, que os seus gestos «ofendem a Deus e ao homem».
Dois dias após os ataques «insensatos» perpetrados em Sharm el-Sheikh, no Egipto, que fizeram 88 mortos, o Bispo de Roma lançou ainda um apelo aos povos para que renunciem à violência, «que está a causar muitos sofrimentos às populações» e abracem «o caminho da paz».