O anúncio generalizado do aumento dos seguros automóvel para 2003, entre dez e doze por cento, indicia cartelização entre as seguradoras. A critica é feita pela DECO que pede uma investigação. O tema está hoje em debate no «Fórum TSF».
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A DECO considera estranho o facto de todas as companhias de seguro terem decidido aumentar na mesma percentagem, entre dez e doze por cento, os seguros automóvel para 2003.
A situação, no entender da DECO, justifica um protesto por parte dos segurados, bem como «uma investigação por parte da Direcção-Geral de Comércio e Concorrência».
Ouvido pela TSF, o secretário-geral da DECO, Jorge Morgado, entende que houve nestes aumentos uma lógica de cartel Jorge Morgado, ouvido pela TSF, entende que houve, nestes aumentos, uma lógica de cartel, estranhando o facto de todas as companhias de seguro aumentarem, precisamente, a mesma percentagem para todos os segurados.
«Numa prática concorrencial ou numa sociedade de mercado aberto e livre, como é o nosso, não faz sentido que se anunciem aumentos iguais para um determinado sector, porque as empresas são diferentes, têm custos de produção diferentes, tem estruturas económicas diferentes, enfim, tudo é diferente tudo muda», avança aquele responsável.
Jorge Morgado considera que existe pouca imaginação por parte das seguradoras e defende que os seguros automóveis deviam penalizar quem tem menos segurança. Da mesma forma, aquele responsável critica o facto de o automóvel começar a ser o «remédio para todos os défices».
«Vem o governo porque tem défice nos seus orçamentos e aumenta as portagens e aumenta o imposto dos produtos petrolíferos. Agora vêm as seguradoras, porque têm défice, e aumentam o seguro automóvel. Quer dizer, começa a haver pouca imaginação para este tipo de situações, portanto há que criar aqui uma política comercial nova que vá ao encontro e que vá em direcção à segurança», esclarece o secretário-geral da DECO.
A DECO considera que o aumento dos seguros automóvel pode trazer graves consequências, na medida «todos os aumentos que sejam desmesurados, como este se anuncia, que não tenham uma lógica de mercado explicável vão fazer engrossar» os «larguíssimos milhares de condutores que andam a circular nas estradas portuguesas sem seguro automóvel»