As estruturas sindicais afectas à UGT e ao CGTP voltam a negociar com o Governo, amanhã, os aumentos salariais para 2001. Devido ao calendário governamental, os valores deverão ser decididos durante esta semana.
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As organizações sindicais preparam-se para a ronda negocial de amanhã e, segundo declarações recolhidas pela agência Lusa, há uma grande expectativa quanto à posição governamental.
Esperam assim que o Governo apresente uma nova proposta salarial para a Função Pública.
A última proposta apresentada previa aumentos salariais de 3,2 por cento para 2001, 3,2 por cento de correcção aos salários de 2000 e um aumento mínimo de 3500 escudos, considerados insuficientes pelas estruturas filiadas na UGTe CGTP.
O Sindicato dos quadros Técnicos do Estado (STE) e a Frente Sindical da Administração Pública (FESAP) - associados à UGT - já quiseram mostrar uma certa abertura negocial e enviaram já ao Governo uma contraproposta.
A FESAP baixou a sua reivindicação salarial de 5,5 por cento para 4,5 por cento e o aumento mínimo de 5 mil escudos para 4 500 escudos. Os 780 escudos exigidos para subsídio de refeição baixaram também para 715 escudos.
O secretário-geral da FESAP, Nobre dos Santos, disse que agora a próxima palavra é do Governo e assegurou que qualquer acordo que se venha a realizar, irá sempre corresponder a ganhos qualitativos reais para os trabalhadores.
O STE desceu a sua proposta salarial de 4,5 para 4,3 por cento em 2001 e de 0,8 para 0,7 por cento na recuperação de salários de 2000.
O presidente do STE, Bettencourt Picanço, acusa o Governo de «andar a entreter os sindicatos» mas agora tem a esperança que o reforço provisional de sete milhões de contos aprovado no Parlamento, leve o executivo a alterar a proposta salarial que apresentou.
A frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, ligada à CGTP, vai levar, em princípio, a mesma proposta salarial, apesar do dirigente, Paulo Trindade, admitir que é negociável.
Esta estrutura sindical exige um aumento de 5,8 por cento para 2001, mais 1,6 porcento de recuperação de salários de 2000 e a garantia de um aumento mínimo de 7 500 escudos.
Posição governamental
O Governo garante que não vai ultrapassar um aumento da massa salarial de 5,7 por cento, tendo por base uma previsão de inflação entre os 2,7 eos 2,9 por cento para 2001.
A intenção do Executivo é encerrar as negociações na quinta-feira, apesar de admitir que o fim possa ser antecipado para amanhã, caso o acordo seja estabelecido nesta próxima ronda negocial.
A data estabelecida está relacionada com o facto do Governo pretender actualizar os salários da Função Pública já em Janeiro.