O presidente da Câmara de Aveiro, Alberto Souto de Miranda, anunciou hoje que vai propor um novo formato jurídico para o programa Cidade Digital, porque as regras em vigor «são mais típicas da era da máquina de escrever».
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No balanço que fez aos dois anos do programa, o autarca afirmou, citado na Lusa, que o «Aveiro Digital foi até agora um caso de sucesso, com uma execução dos projectos superior a 90 por cento».
«A cidade digital não está ainda construída nem esse era o objectivo: os alicerces estão lançados de forma consistente e houve uma mobilização da sociedade aveirense», comentou.
Alberto Souto de Miranda não deixou de apontar aspectos menos positivos e de propor correcções.
A escassez de verbas, lacunas na formação e desfasamento entre o ritmo de financiamento e as necessidades dos projectos, bem como a falta de funcionalidade do regime jurídico do consórcio, foram críticas que enumerou.
Defendeu por isso que o programa prossiga em novos moldes de gestão e avançou com a indicação de que vai propor um novo formato jurídico e um modelo de acção «mais dirigista e menos dependente do voluntarismo espontâneo».
No balanço sobre a área de intervenção «Escola e a Comunidade Educativa» Fernando Delgado que enumerou alguns constrangimentos, nomeadamente quanto aos calendários de execução.
Matos Rodrigues, secretário-geral da Associação Industrial do Distrito de Aveiro, falou do impacto no tecido produtivo, concluindo que houve capacidade de criar conteúdos e rotinas de actualização.
«Com poucos recursos conseguiram-se criar projectos embrionários», enalteceu, dizendo que há que garantir a sua continuidade.
Na cultura e lazer coube a Adolfo Maia fazer o balanço da área que teve maior número de projectos.
A avaliação no quotidiano dos cidadãos requer ainda algum tempo, apesar de todos os projectos terem sido concluídos, segundo salientou.
A excessiva burocracia, o ritmo dos apoios financeiros em desacordo com as necessidades dos projectos e o elevado custo das comunicações, foram notas menos positivas.