A autópsia ao corpo da menina de dois anos que morreu, esta quarta-feira, em Monção, indicou lesões traumáticas. Vieira da Silva promete averiguar os erros cometidos no processo de acompanhamento da criança, alegadamente vítima de maus-tratos.
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A autópsia ao corpo da menina de dois anos que morreu, esta quarta-feira, em Monção, revelou que o óbito correu devido a lesões traumáticas significativas a vários níveis, segundo uma fonte do Instituto de Medicina Legal de Lisboa, contactada pela agência Lusa.
Após o corpo ser alvo de exames complementares de rotina, as lesões observadas na autópsia serão confrontadas com as informações prestadas pelos pais e o exame policial feito no local.
Até ao momento, pensa-se que a menina morreu vítima de maus-tratos. No entanto, os pais reiteram que a morte ocorreu devido a duas quedas nas escadas da sua casa em Monção.
A criança já estava referenciada pela Comissão de Protecção de Menores de Viseu desde finais de 2005, por negligência familiar, mas sem quaisquer indícios de maus-tratos.
A mãe da menina foi ouvida, esta quarta-feira, durante quatro horas, pela Polícia Judiciária (PJ) e deverá ainda ser interrogada pelo juiz de turno, para fixação de eventuais medidas de coacção.
O pai da criança também foi ouvido pela PJ, mas não ficou detido, tendo sido autorizado a deslocar-se a Viseu para tratar do funeral da criança.
O ministro do Trabalho e da Solidariedade Social revelou à TSF que os três irmãos da criança já foram transportados para um «ambiente que os proteja de toda esta situação e de toda a natural atenção» provocada nestes casos.
Vieira da Silva escusou-se a fazer qualquer consideração sobre a causa da morte, reportando qualquer conclusão para as «entidades competentes que estão a averiguar a situação».
O ministro prometeu, no entanto, que vai rapidamente «desencadear os mecanismos» necessários junto dos serviços da administração pública dependentes do seu ministério, «para averiguar os eventuais erros que poderão ter acontecido» neste caso.
Contactado pela TSF, Armindo da Ponte, porta-voz da Santa Casa da Misericórdia de Monção, contou que a educadora da infância da menina tinha alertado a Comissão de Protecção de Menores, no início do mês, para a possibilidade de a criança estar a ser vitima de maus tratos.
«A Comissão da Protecção de Menores talvez não tenha agido com a celeridade que estas coisas normalmente representam», criticou Armindo da Ponte.
Este representante da Santa Casa da Misericórdia de Monção contou ainda que já estava agendada uma visita médica às crianças. Os três irmãos, entretanto consultados, não apresentaram sinais de maus tratos.