Bagão Félix atacou a oposição na discusão do Orçamento de Estado para 2005. O ministro das Finanças criticou o PS por não dizer que taxas pretende ver alteradas e o Bloco de Esquerda por fazer demasiadas referências a um Orçamento de «interesses».
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O Ministro das Finanças criticou as propostas socialistas de alteração ao Orçamento de Estado para 2005 que está a ser discutido na Assembleia da República, assinalando que o PS fala em taxas, mas não a quais se refere.
«É notável. Não sabemos se querem aquelas que propomos ou se, conforme disse o secretário-geral do PS, se as actuais ou umas quaisquer ou se simplesmente querem que ninguém pague», afirmou Bagão Félix no parlamento.
Logo a seguir, o deputado socialista Eduardo Cabrita esclareceu o que o PS pretende nesta matéria, afirmando que pretende que as tabelas sejam actualizadas de acordo com a previsão de inflação, que se prevê ser de 2,5 por cento.
«Relativamente ao IRS, a baixa das taxas que o Governo não queria fazer reflectir em 2005 é uma medida irresponsável e demagógica, que o Governo só pretendia quando admitiu que lhe poderia servir para poder fazer sentir em 2006», acrescentou.
Por seu lado, Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda, preferiu classificar o Orçamento do Governo como um documento de «interesses obscuros que pretendem impedir o progresso da sociedade portuguesa».
O titular da pasta das Finanças ripostou de pronto, dizendo que não pretendia «nenhuma vénia» do deputado bloquista, pois tinha «uma vénia de muito mais portugueses» que Francisco Louçã.
«O senhor deve adormecer, sonhar e acordar com interesses. De tantos interesses que vê só lhe posso dizer uma coisa: esse palavreado dos interesses é cada vez menos interessante», ironizou Bagão Félix.
No início da discussão do Orçamento de Estado, no dia em que se espera a sua aprovação com os votos a favor da maioria PSD/CDS-PP, destaque para as ausências de Santana Lopes e Paulo Portas da bancada do Governo.