Reagindo ao anúncio do ministério da Saúde, de que os que todos os subsistemas de saude vão acabar já em Janeiro, os bancários afirmam que o actual protocolo já não traz vantagens à classe. A Caixa dos Jornalistas mostrou-se surpreendida, porque reuniu há dias com membros do Governo, que prometeram negociar este cancelamento.
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Delmiro Carreira, presidente do Subsistema de Saúde dos Bancários, diz que o protocolo que está em vigor já não traz benefícios para os bancários e, por isso, admite que os bancários podem até denunciar o acordo.
«Nós recebemos uma indemnização compensatória mas em contrapartida pagamos a totalidade das despesas que os nossos beneficiários fazem nos hospitais e centros de saúde públicos, e pagamos a totalidade do consumo em medicamentos», salientou.
«Como a comparticipação do Estado nos medicamentos tem vindo a diminuir, e como os custos com o Serviço Nacional de Saúde tem vindo a aumentar, o acordo pode perder o interesse para nós. Daí a cautela do secretário de Estado ao afirmar que a nossa situação não é idêntica à dos jornalistas», sublinhou Delmiro Carreira.
Caixa dos Jornalistas apanhada de surpresa
Por parte da Caixa de Previdência e Abono de Família dos Jornalistas, Maria Antónia Palla confessa que foi apanhada de surpresa com as declarações do secretário de Estado da Saúde.
«Este anúncio surpreendeu-nos porque há dois dias estivemos reunidos com o secretário de Estado da Segurança Social e com o secretario de Estado da Saúde, que de facto nos comunicou a intenção de acabar com o subsistema de saúde», sublinhou.
«Nós perguntámos se o problema era o excesso de despesa que o Estado estaria a ter com a Caixa dos Jornalistas, e os secretários de Estado afirmaram que não, salientando que era uma questão de princípio e de igualdade» [para com outras profissões que também perderam estes benefícios], salientou Maria Antónia Palla.
Maria Antónia Palla sustentou que a profissão dos jornalistas «é diferente da dos outros trabalhadores», salientando que o actual sistema «é o que melhor se adequa à especificidade da profissão»
Na reunião, a responsável mostrou-se disposta a apresentar propostas para manter o subsistema, entre as quais o aumento das contribuições para a Segurança Social dos profissionais da comunicação social.
Esta proposta assemelha-se à que o Governo determinou para os funcionários públicos, que, a partir de Janeiro do próximo ano, passam a descontar mais 0,5 por cento para a ADSE, além do actual 1 por cento do salário.
Face ao anúncio feito hoje no Parlamento pelo secretário de Estado da Saúde, Maria Antónia Palla enviou uma carta ao ministro da Saúde, lamentando que a decisão tenha sido anunciada sem ouvir os envolvidos e sem assegurar um período de transição.
«Foi uma decisão unilateral», sustentou Maria Antónia Palla.