O Banco de Portugal (BdP) deixa o alerta: a crise financeira internacional vai ter um impacto maior do que o esperado na economia nacional. O presidente do BdP, Vítor Constâncio, acredita, no entanto, que a tendência de crescimento vai manter-se.
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A tendência de recuperação vai manter-se mas a economia portuguesa não vai ficar indiferente à situação internacional, diz o BdP no boletim da Primavera.
O impacto da crise nos mercados financeiros, e a reavaliação do risco bem como o aumento do preço do petróleo e das matérias primas fazem com que este ano ainda existam dúvidas quanto à evolução da economia mundial e, em especial, à forma como se vai reflectir em Portugal.
O Banco de Portugal afirma que a crise vai ter implicações desfavoráveis na dinâmica de recuperação da economia e que vai afectar em especial a procura externa já no início do ano. Os mercados financeiros continuaram a ser dominados por um clima de incerteza e volatilidade.
A crise, provocada pelo subprime, já teve efeitos na economia nacional, a partir da segunda metade do ano. Foi antes do Verão que o crescimento da economia foi mais acentuado.
Nessa altura a confiança global dos empresários era positiva e a turbulência dos mercados financeiros internacionais ainda não se tinha reflectido nas condições de financiamento.
No ano passado, o Produto Interno Bruto português cresceu, assim, seis décimas, para 1,9 por cento, atingindo mesmo o valor mais elevado dos últimos seis anos e uma aceleração superior à verificada em anos anteriores.
A crise internacional vem perturbar esta evolução. O governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, já tinha avisado que pode vir a rever em baixa a perspectiva de crescimento para este ano, actualmente em 2 por cento.
Mas neste boletim, o Banco de Portugal lembra apenas os números que foram actualizados em Dezembro no pacto de estabilidade, números que apontam para um crescimento real do PIB, este ano, na ordem dos 2,2 por cento.