Durão Barroso, convidado especial da Cimeira Ibero-Americana, apesar de pedir o fim do embargo a Cuba, adiantou que é preciso não abrandar as pressões para que não sejam violados os direitos humanos naquele país.
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Na opinião do presidente da Comissão Europeia, o objectivo do embargo não foi alcançado, ou seja, a ditadura de Fidel Castro permanece.
«Pessoalmente penso que o embargo não deu resultado, essa é a grande questão, ao fim destes anos se tivesse resultado não existia a ditadura cubana», afirmou.
Em Salamanca, Durão Barroso adiantou ainda que «a questão do embargo não nos causa problemas. O importante é não dar qualquer sinal que se traduza numa mensagem negativa de que, de alguma forma, podemos tolerar a violação sistemática dos direitos humanos em Cuba».
O eurodeputado Francisco Assis considera que estas declarações de Durão Barroso reflectem a opinião dos 25.
«Parece-me importante que haja esta declaração no sentido de fazer um apelo ao fim do embargo, porque se verificou que não teve efeitos», afirmou.
Francisco Assis considera ainda relevante «continuar a pressionar o regime cubano no sentido deste promover uma abertura» política.
Já o eurodeputado do Parlamento Europeu, Miguel Portas, ouviu as palavras de Durão Barroso e não gostou.
«Penso que o papel que tentou fazer na cimeira ibero-americana tem como efeito dividir os países da América Latina em relação a Cuba», afirmou.
«O embargo é uma operação americana que tem como única consequência prejudicar o povo cubano, não propriamente Fidel Castro. É isto que está em questão há décadas. É preciso também ser claro sobre os direitos humanos no mundo, mas convém que seja mesmo no mundo e não apenas em Cuba», acrescentou.
A Cimeira de Salamanca, que terminou esta sábado, pediu «o fim do bloqueio económico, comercial e financeiro» dos Estados Unidos a Cuba.