O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, recusou esta sexta-feira que a Estratégia para o Crescimento e o Emprego tenha fracassado, considerando que estão a acontecer «verdadeiras mudanças».
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«É um mito que, face aos gigantes super-competitivos de outras partes do mundo, a Estratégia Europeia para o Crescimento e o Emprego está, inevitavelmente, votada ao fracasso», afirmou o presidente da Comissão Europeia.
Durão Barroso considerou que «os europeus têm muitas razões para se sentirem confiantes» e lembrou que seis dos estados-membros da União Europeia figuram entre os dez primeiros classificados no índice de competitividade do Fórum Económico Mundial.
«É um facto que a mudança é urgente, mas temos que apostar nessa mudança sem reservas, para que possamos colher os frutos. Não nos podemos deixar paralisar por um medo excessivo», sublinhou Durão Barroso.
As declarações deste responsável foram feitas na abertura do seminário internacional «Excelência e Parcerias para uma Europa Inovadora», que decorre hoje no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Durão Barroso recusou ainda a ideia de que os países-membros não tenham conseguido transformar as «boas intenções» da Estratégia Europeia para o Crescimento e o Emprego em «acções concretas», salientando que estão a acontecer «verdadeiras mudanças».
As decisões tomadas no início de 2005 para dar rumo à Estratégia de Lisboa - recentrar os objectivos no crescimento e no emprego e criar uma parceria mais sólida entre a comissão e os estados-membros - «estão a dar os seus frutos», acrescentou.
Na abertura do seminário internacional sobre a «Estratégia de Lisboa», promovido em conjunto por Bruxelas e pelo executivo português, o presidente da Comissão Europeia rejeitou igualmente a ideia de que as questões sociais e a protecção do ambiente estejam as ser ignoradas pela Estratégia de Lisboa.
«A nossa Estratégia para o Crescimento e o Emprego pretende lançar as bases de uma Europa mais próspera, mais inclusiva do ponto de vista social e mais ecológica e o crescimento é uma condição essencial para a realização desse objectivo», salientou.
O presidente da Comissão Europeia lembrou também que para se poder financiar os modelos sociais europeus são necessárias «reformas que dêem liberdade às empresas para criar riqueza».
Durão Barroso falou ainda sobre algumas das reformas que estão neste momento em curso nos países europeus, destacando, entre outras, a iniciativa do Governo português da «Empresa na Hora».