A criação de uma base de dados sobre Organismos Geneticamente Modificados está a ser dificultada pela recusa de multinacionais em fornecerem todos os dados.
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A criação de uma base de dados sobre Organismos Geneticamente Modificados (OGM) está a ser dificultada pela recusa de multinacionais em fornecerem todos os dados, soube-se hoje numa conferência da ONU em Montpellier.
Mais de 500 delegados de 130 países estão reunidos desde segunda-feira e até sexta-feira em Montpellier, para tentar alcançar um acordo para o controlo dos OGM, uma conferência organizada pelas Nações Unidas.
Representantes das multinacionais, apoiados pela delegação norte-americana, recusaram que todos os dados sobre as suas empresas e o estado das pesquisas sejam sistematicamente colocados num centro de troca de informações.
As organizações não governamentais (ONG) estão a tentar contornar esta recusa.
Em preparação desde Janeiro de 1999, a base de dados deve conter os textos sobre as legislações em vigor, a lista dos produtos aceites e rejeitados por cada país, informações sobre as empresas produtoras e dados sobre as investigações em curso.
Este centro deveria disponibilizar, a partir de 2001, dados acessíveis a todos gratuitamente, através da Internet.
A criação desta base de dados foi definida como o resultado concreto esperado da conferência de Montpellier.
«A criação deste centro seria a primeira aplicação concreta do protocolo de Cartagena e dar-lhe-ia credibilidade», afirmou Dominique Voynet, ministro do Ordenamento do Território e do Ambiente francês.
O protocolo de Cartagena, assinado por 80 países em Janeiro em Montreal (Canadá), depois de quatro anos de discórdias entre os Estados Unidos e a União Europeia, garante a todos os signatários a possibilidade de aceitar ou rejeitar a importação de OGM.
No entanto, este protocolo só entrará em vigor, em 2002, se for ratificado por 50 países.
Até agora, apenas dois países (Bulgária e Trinidad e Tobago) o ratificaram.