O bastonário interino da Ordem dos Médicos criticou o encerramento de vários serviços de urgência por ordem do Ministério da Saúde. José Manuel Silva entende que as soluções propostas pelo ministério liderado por Correia de Campos não são boas.
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O bastonário interino da Ordem dos Médicos está contra os encerramentos dos vários serviços de urgência por ordem do Ministério da Saúde, considerando que as opções deste ministério não têm sido as melhores.
À TSF, José Manuel Silva explicou que as «consultas abertas» não são alternativa aos serviços de urgência, «porque vão funcionar como uma consulta o que quer dizer que todas as situações de urgência vão ser referenciadas».
«Como já aconteceu, vão encerrar as salas de observações que estavam associadas ao serviço de urgência, o que não vai permitir o acompanhamento dos doentes durante algumas horas e a análise da sua evolução», adiantou.
Segundo José Manuel Silva, isto leva a que «todos esses doentes tenham de ser transferidos para um serviço de urgência de referência», o que vai aumentar o transporte de doentes.
Para este bastonário, as modificações que estão a ser feitas pelo Ministério têm apenas um «objectivo economicista que vai prejudicar os cuidados de saúde de proximidade que são disponibilizados para as populações».
O bastonário recordou que não foi feita qualquer análise em relação aos serviços que vão passar a receber mais doentes, alguns desses serviços que, na opinião de José Manuel Silva, entende já estarem a trabalhar no seu limite.
«Tudo isto não foi analisado pelo que estamos a assistir não a uma solução, mas a uma mistificação que visa apenas encerrar serviços sem que simultaneamente se proceda à abertura e à requalificação de qualquer um dos postos da rede propostos pela Comissão Técnica para a Requalificação das Urgências», concluiu.