Investigadores escoceses desenvolveram uma batata geneticamente modificada que emite uma luz fluorescente quando precisa de água, foi hoje divulgado pela Universidade de Edimburgo.
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Os cientistas introduziram numa batata o gene fluorescente da medusa, que pode ser detectado através de um pequeno aparelho manual especialmente concebido para o efeito, explicou Antony Trewavas.
As batatas «inteligentes», espalhadas pelo meio das culturas, vão apenas servir de indicadores, não se destinando ao consumo.
Por enquanto, os agricultores não dispõem de qualquer meio precoce e fiável de verificar se as suas culturas estão suficientemente irrigadas. Os primeiros sinais visíveis de desidratação aparecem apenas quando os legumes já estão a murchar, explicou o professor.
As batatas desenvolvidas em Edimburgo vão permitir intervir a partir dos primeiros sinais de desidratação, o que pode duplicar ou até triplicar o volume das colheitas, admitiu Trewavas.
Segundo o professor, é preciso, mesmo assim, esperar uma década até que a descoberta seja comercializada.
Os testes no terreno levam tempo, sendo também necessário ter em conta a oposição de certos grupos hostis aos organismos geneticamente modificados, comentou o cientista.
Sublinhou, no entanto, que devido à natureza da batata, não existe qualquer risco de contaminação de outras plantas por polinização.
Se os testes com estas batatas forem conclusivos, a descoberta pode ser aplicada a outros legumes, como as cenouras.
«A longo termo, dentro de 40 anos, a água será a matéria prima mais cara para os agricultores», explicou Trewavas, notando os potenciais benefícios de batatas inteligentes, principalmente em países do terceiro mundo.