O BCE baixou as estimativas de crescimento da Zona Euro para 2002 e 2003. As novas previsões reflectem o elevado grau de incerteza que paira sobre a economia dos Doze, a par do abrandamento das pressões inflacionistas.
Corpo do artigo
O Banco Central Europeu reviu em baixa as previsões de crescimento para a Zona Euro, ressalvando o elevado grau de incerteza como factor mais penalizador do crescimento económico.
De acordo com as novas previsões, publicadas no boletim mensal de Dezembro do BCE, a economia da Zona euro deverá crescer entre 0,6 e um por cento, em 2002, e 1,1 e 2,1 por cento em 2003.
Nas previsões de Junho, o BCE estabelecia um crescimento entre 0,9 e 1,5 por cento, para 2002, e entre 2,1 e 3,1 por cento para 2003.
Na base desta revisão negativa, sublinha o BCE, está o «persistente grau elevado de incerteza económica».
O BCE destaca as tensões geopolíticas e as consequências sobre o preço do petróleo, as tendências de queda dos mercados financeiros, o fraco crescimento económico mundial e os desequilíbrios mundiais como factores que «exercem uma influência negativa no consumo».
No que respeita à inflação, as estimativas de Junho também foram revistas em ligeira baixa, com a instituição financeira a prever, agora, uma inflação entre 2,1 e 2,3 por cento, em 2002, contra os 2,1 e 2,5 por cento avançados em Junho.
Para 2003, o BCE estima uma inflação entre 1,3 e 2,3 por cento, contra o intervalo de 1,3 a 2,5 por cento avançado em Junho. A inflação média anual da Zona Euro encontra-se, actualmente, nos 2,2 por cento.
As novas estimativas surgem em linha com o discurso do presidente do BCE, Wim Duisenberg, na passada quinta-feira, quando o banco central baixou as taxas de juro.