O Bloco de Esquerda (BE) apresentou, esta quinta-feira, à Assembleia da República um projecto de lei para reduzir o consumo de sacos de plástico, através do pagamento de uma taxa e criticou a alternativa dos sacos de papel.
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O BE defendeu que devem ser aplicadas taxas em todos os sacos de plástico e de papel.
«Os sacos de plástico não reutilizáveis poderiam custar 5 cêntimos e os outros, aqueles que são reutilizáveis e alguns dos quais são vendidos em alguns estabelecimentos comerciais custariam 15 cêntimos», disse o deputado José Soeiro, em estreia parlamentar.
João Semedo explicou que o preço é alto para tentar contrariar o peso das duas mil toneladas de sacos de plástico que saem das grandes superfícies comerciais.
«O saco deve ser caro para que o consumidor perceba os custos e o risco daquele gesto que vai criar depois a montante muitos outros problemas», afirmou.
João Semedo sublinhou o que diz ser um recuo do Executivo: «Ao primeiro espirro de um empresário com poderosíssimos interesses na área da distribuição, dos centros comerciais, o Governo recuou, colocou a viola no saco nesta questão concreta pôs a taxa no saco».
Num comunicado o Grupo Parlamentar do BE considerou também que «os sacos de papel não são a melhor alternativa, apesar de resultarem de recursos renováveis, serem biodegradáveis e recicláveis», na medida em que também têm um impacto negativo para o ambiente devido «ao nível da sua produção, transporte, deposição e tratamento».
«A produção de um saco de papel consome quatro vezes mais energia que um saco de plástico e consome elevados volumes de água, bem como gera mais 70 por cento de poluição atmosférica e mais 50 por cento de contaminação da água», acrescenta o texto.
Por outro lado, o comunicado adianta que «todos os anos são abatidas milhares de árvores para produzir papel, muitas das quais plantadas em sistemas intensivos e monoculturais com impactes ao nível do ambiente e do território».
O projecto de lei do BE refere que «a alternativa reside na redução do consumo dos sacos de plástico pelo incentivo à reutilização, preferencialmente pela utilização de sacos resistentes que possam ser usados muitas vezes».
O Bloco de Esquerda considera que se deveria apostar em «plásticos feitos de tecido ou rede» ou ainda em sacos «de plástico biodegradável».