O Banco Espírito Santo considera-se vítima de um equívoco no caso das investigações ocorridas na semana passada a várias delegações em Espanha. O presidente do BES, Ricardo Salgado, chamou, esta quarta-feira, os jornalistas para reafirmar que o banco português não cometeu nenhuma ilegalidade.
Corpo do artigo
Na conferência de imprensa, estiveram presentes os administradores do grupo Espírito Santo tanto em Portugal como em Espanha.
Ricardo Salgado reafirmou que o BES tem prestado toda a colaboração pedida pelas autoridades espanholas.
«Não houve qualquer comportamento ilegal ou ilegítimo do Grupo Espírito Santo em Espanha ou na zona franca da Madeira», garantiu.
Ricardo Salgado salientou ainda que «a alegada operação de 500 milhões de euros em que se fundou a investigação nunca se concretizou, pelo que a investigação em curso, baseada num equívoco, é desadequada».
Ricardo Salgado adiantou que essa operação de investimento por parte da seguradora espanhola, referida nas investigações, foi proposta ao BES não em Espanha, mas sim em Portugal, por duas vezes, em Junho de 2005 e em Outubro de 2006, mas foi recusada.
O presidente do BES garantiu ainda que nesta instituição bancária não há contas ou produtos opacos.
«As contas foram legalmente abertas. Gostava de recordar que a zona franca da Madeira é território português, não é um off-shore, portanto tem legislação aprovada no quadro legal português e da União Europeia. Todas as contas foram abertas e movimentadas com toda a regularidade», afirmou.
Ricardo Salgado questionou nesta conferência de imprensa o que considera ser o espectáculo mediático montado pelas autoridades policiais.
«Os clientes ficam assustados quando vêem a polícia chegar uma hora antes das autoridades e bloquearem o acesso ao banco. Nunca vi as autoridades espanholas fazerem isto nos bancos espanhóis», alegou.
O responsável salientou também o facto de «só ter sido referido um banco português e um francês em relação a esta operação, quando 99,6 por cento dos recursos está num conjunto diversificado de bancos que até agora ninguém sabe qual é».
O BES espera agora uma reparação rápida dos danos causados ao seu bom nome depois de ter sido envolvido numa investigação a uma seguradora espanhola suspeita de evasão fiscal e branqueamento de capitais.