Reunidos em Fátima, os bispos portugueses mostraram-se preocupados com a violência que marca actualmente os encontros deportivos e defenderam a inscrição da «matriz cultural» da Europa na futura Constituição.
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Os bispos portugueses estão especialmente preocupados com aquilo que consideram ser a comercialização do futebol e a transformação de um jogo num verdadeiro campo de batalha onde existe muita violência.
Na conferência de imprensa que encerrou a Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Policarpo (na foto) sublinhou a urgência de elevação cultural para a prática de todo o desporto.
«Quando um grupo de fãs agride, arranca cadeiras, parte um bar quando está fora do estádio de regresso a casa, quando vaia o primeiro-ministro... são coisas de uma falta de elevação cultural que desgosta quem está ali com sentido de festa, com um sentido de fraternidade e alegria», afirmou o patriarca de Lisboa e presidente da CEP.
«Matriz cultural» na Constituição europeia
Questionado sobre referência cristã no prólogo da futura Constituição europeia, D. José Policarpo defendeu a inscrição da «matriz cultural» do continente no documento.
«Se se faz uma referência à matriz cultural da Europa, que necessariamente se faça uma referência à influência do cristianismo», afirmou, revelando que votará contra num eventual referendo sobre a matéria se o documento «não contemplar valores culturais próprios».
Se esta matriz for recusada será sinal de um «laicismo agressivo (dos políticos) em relação à influência da Igreja na história da Europa, que teve alguns momentos que querem esquecer», frisou.
O presidente da CEP considerou ainda que o envio do subagrupamento Alfa da GNR para o Iraque «foi uma opção do Governo que começou nas alianças antes da guerra».