O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, exigiu esta quarta-feira medidas que permitam combater «aqueles que incitam ao terrorismo ou estão na origem de actos terroristas».
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O primeiro-ministro britânico pediu igualmente que sejam «reforçados os procedimentos que proíbam a entrada no Reino Unido de pessoas que incitem ao ódio ou ajam de modo contrário à ordem pública».
Tony Blair, que falava no âmbito da sessão semanal na Câmara dos Comuns - esta semana quase exclusivamente consagrada aos atentados de quinta-feira em Londres -, pediu aos deputados para reflectirem sobre «como expulsar estas pessoas caso elas entrem muito facilmente» em território britânico.
Segundo o primeiro-ministro, o Reino Unido já iniciou «discussões com outros países, muçulmanos e não muçulmanos, para saber como mobilizar internacionalmente a voz moderada, a verdadeira voz do Islão».
Esta «voz moderada» é indispensável para lutar contra «a ideologia diabólica extremista cujas raízes se encontram numa interpretação pervertida e envenenada da religião islâmica», sublinhou.
É importante que lutemos contra o terrorismo «a um nível internacional», acrescentou Blair.
Num outro passo da sua intervenção, o chefe do Governo trabalhista lançou também um apelo ao povo britânico para reagir de forma «calma e moderada» aos atentados de quinta-feira, condenando «sem reserva qualquer ataque» contra muçulmanos.
«Exijo a mesma resposta calma e moderada do país à semelhança daquela que o caracterizou após os atentados de quinta-feira», 07 de Julho, acentuou Blair.
«É um pequeno grupo de extremistas» e «não pode ser ignorado, mas não deve definir os muçulmanos na Grã-Bretanha que são membros honestos da nossa sociedade e respeitam as leis», afirmou.
«Condenamos sem reserva qualquer agressão contra eles», asseverou Blair.
Várias dezenas de agressões de índole racista foram registadas nos últimos dias no Reino Unido.
Quinta-feira, pelo menos 52 pessoas morreram e cerca de 700 ficaram feridas na sequência de quatro explosões quase simultâneas em seis estações do metropolitano e num autocarro, em Londres. O Governo britânico admitiu que se tratou de ataques terroristas.