O governo britânico vai tentar convencer os parceiros europeus a suspenderem o processo de ratificação da Constituição Europeoa. Depois do "não" da França e da Holanda, Tony Blair está com dúvidas sobre se a Grã-Bretanha deve ou não avançar para uma consulta popular sobre o tema.
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No Conselho Europeu marcado para a próxima semana, o primeiro ministro britânico vai tentar convencer os Estados-membros da União Europeia a suspenderem o processo de ratificação da Constituição Europeia.
Na ressaca dos resultados negativos alcançados nos referendos em França e na Holanda, Tony Blair ficou na dúvida sobre se deve ou não referendar o Tratado da Constituição.
Se avançar para o referendo, o primeiro-ministro britânico arrisca-se a ter uma pesada derrota política porque os ingleses, mais eurocépticos do que qualquer outro povo europeu, terão a oportunidade desejada para dar a estocada final à Constituição.
Por outro lado, se tentar evitar este desfecho e não realizar o referendo, Blair enfrentará acusações de ser mentiroso porque prometeu realizar a consulta qualquer que fosse a circunstância.
Por agora, e no rescaldo dos referendos na França e Holanda, a solução encontrada é falar pouco do assunto e, na próxima cimeira europeia, pressionar os homólogos europeus a parar o processo de ratificação.
A solução evitaria a vergonha de apoiar uma causa perdida e poderia sempre passar o ónus da promessa falhada para os ombros dos seus homólogos.
Dentro de um mês, a Grã-Bretanha assume a presidência da União Europeia.
Até ao momento, 10 Estados-membros já ratificaram o Tratado da Constituição. A Letónia foi o último Estado-membro a ratificar o Tratado, tendo o parlamento letão dado luz verde ao texto constitucional esta quinta-feira.
Do lado contrário, França e Holanda são os dois países que disseram não à Constituição Europeia.