O chefe da Missão Portuguesa aos Jogos Olímpicos, Manuel Boa de Jesus, considera que um eventual boicote ao evento não teria resultados. Já Teresa Nogueira, da secção portuguesa da Aministia Internacional, criticou o facto de a sua organização não ser recebida pelo Comité Olímpico Português.
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O chefe da Missão Portuguesa aos Jogos Olímpicos considerou que um eventual boicote ao evento que se vai realizar em Pequim a partir de 8 de Agosto não será eficaz.
Em declarações à agência Lusa, Manuel Boa de Jesus lembrou as «várias experiências de boicote», que «apenas prejudicaram os desportistas e não resolveram os problemas políticos dos países onde se realizaram os Jogos».
«Nós somos desportistas, cumprimos a carta olímpica e deixamos a política para os políticos», acrescentou este responsável, que admitiu que a realização deste evento em Pequim pode favorecer a «abertura política» da China.
Entretanto, Teresa Nogueira, da secção portuguesa da Amnistia Internacional, estranha o silêncio da comunidade internacional a este respeito, «que implica uma conivência, quer dos dirigentes governamentais de todo o mundo, incluindo de Portugal, quer dos Comités Olímpicos nacionais».
«Friso o Comité Olímpico Português que não recebe a Amnistia Internacional e não recebe a União Budista. Isto tem-se passado em vários noutros países», acrescentou esta responsável.
Esta dirigente da secção portuguesa da Amnistia Internacional aproveitou ainda para acusar a China de ter quebrado a promessa de luta a favor dos Direitos Humanos ao perseguir advogados e escritores, bem como a imprensa.
«Outra novidade em termos de violação de Direitos Humanos é o encerramento dos sites de activistas pelos direitos daqueles que têm SIDA», explicou.
Teresa Nogueira notou ainda que «há uma série de medidas para limpar Pequim antes dos Jogos Olímpicos, dando a aparência de que aí decorre o melhor dos mundos e de que não dissidentes nem problemas sociais».