As associações sócio-profissionais de polícia pretendem processar criminalmente Bruno Paixão, por alegado atentado ao pudor contra duas agentes presentes no Académica-Imortal (2-1). As agentes acusam o árbitro de exibir as «partes íntimas».
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Os delegados distritais de Coimbra das associações dos Profissionais de Polícia (APP) e Sócio-Profissional de Polícia (ASPP), Pedro Caridade e José Taborda, respectivamente, vão instaurar um processo crime conjunto ao árbitro de Setúbal, uma vez que este assunto ultrapassa a esfera associativa, sendo um atentado à integridade dos agentes policiais.
De acordo com as declarações de Pedro Caridade, prestadas à Agência Lusa, o árbitro terá «ostensivamente exibido por quatro ou cinco vezes as partes íntimas» a duas agentes da PSP de Coimbra.
Segundo a descrição, Bruno Paixão começou por «passear-se à porta do balneário com uma toalha pela cintura». De seguida, e após tomar banho, «passeou-se, todo nu, dentro do balneário».
«De cada vez que a porta se abria, para entrada dos delegados ao jogo, Bruno Paixão expunha-se deliberadamente para as polícias, exibindo os órgãos sexuais», contou o agente principal Pedro Caridade, acrescentando que o «show» teve «quatro ou cinco» actos.
A Agência Lusa falou com uma das agentes envolvidas, que é uma das delegadas da ASPP em Coimbra, que confirmou a história e disse estar a ponderar sobre a apresentação de uma queixa crime individual.
«Não ofendi ninguém»
O árbitro Bruno Paixão garante, em declarações à Lusa, não ter ofendido ninguém e avança com a hipótese de uma queixa-crime por «difamação» contra a APP e ASPP.
«Não ofendi ninguém. Fui sempre bem educado para com toda a gente. Só tive conhecimento das acusações por parte da comunicação social. A minha formação universitária permite-me distinguir sobre o que é ofender e não ofender», acrescentou o árbitro, de 26 anos, que admitiu recordar-se da presença das agentes, mas garante não se lembrar de nada que as pudesse ter ofendido.
Por estas razões, Bruno Paixão encara a hipótese de apresentar uma queixa-crime por difamação contra a APP e ASPP, caso as duas organizações sócio-profissionais de polícia avancem com processos sob a acusação de «atentado ao pudor».