A clonagem humana foi rejeitada terça-feira pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Os parlamentares aprovaram um decreto lei que proíbe toda e qualquer reprodução de células humanas clonadas, mesmo para fins terapêuticos.
Corpo do artigo
A comunidade científica perdeu as expectativas quanto às possibilidades de clonagem de células humanas com fins terapêuticos quando teve conhecimento de que a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos votou ontem um decreto-lei que proíbe qualquer tipo de experiências deste tipo.
A votação constitui uma vitória para o presidente George W. Bush, um dos maiores opositores à clonagem humana, mesmo para fins reprodutivos ou terapêuticos. Depois de um intenso debate, 265 parlamentares votaram a favor do decreto lei que proíbe toda e qualquer clonagem humana, contra 162 que estavam de acordo com legislação menos rígida.
Venda de embriões
«Se os cientistas tiverem a autorização para clonar embriões humanos, estes podem no futuro vir a ser comercializados em massa», declarou o representante republicano James Sensenbrenner, que preside à Comissão judicial da Câmara dos Representantes.
Os parlamentares rejeitaram ainda uma emenda que previa apenas a clonagem humana para fins terapêuticos feita através de certos tipos de células principais, por 295 contra 178 votos.
A pena para quem violar a lei é de até dez anos de prisão e uma multa de cerca de um milhão de dólares.
A clonagem humana consiste na possibilidade de produzir células embrionárias em série graças a embriões clonados.
Estas células poderiam vir a ser utilizadas em transplantes ou substituição de órgãos, o que pode aumentar em muito a esperança de vida humana.
Problemas éticos
O problema situa-se, de acordo com os opositores, ao nível das questões éticas devido à manipulação pelo homem da sua própria espécie, colocando-se assim na posição de criador.
As dúvidas colocam-se também quanto ao facto da técnica exigir a destruição de embriões humanos. Os principais defensores deste projecto de lei que proíbe a clonagem humana são os republicanos também contrários ao aborto e outros grupos próximos da Igreja.