Os cinco principais candidatos presidenciais estimam gastar, no total, cerca de dez milhões de euros nas campanhas eleitorais, segundo os respectivos orçamentos entregues no Tribunal Constitucional. Cavaco Silva lidera a lista dos mais gastadores.
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De acordo com os orçamentos de campanha divulgados, esta segunda-feira, pela Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, a candidatura do deputado socialista Manuel Alegre prevê gastar 1,5 milhões de euros.
As candidaturas de Cavaco Silva, Mário Soares, Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã tinham já divulgado, na sexta-feira passada, os respectivos orçamentos de campanha, que ultrapassam os oito milhões de euros.
Cavaco Silva, Mário Soares, Manuel Alegre, Jerónimo de Sousa, Francisco Louçã e Manuela Magno foram os únicos candidatos que incluíram nas receitas de campanha uma parte da subvenção estatal, presumindo que terão pelo menos cinco por cento dos votos.
A candidatura do ex-primeiro-ministro Cavaco Silva foi a que apresentou o maior orçamento, que ronda o limite máximo de gastos permitido por lei: dez mil salários mínimos, ou seja, 3,747 milhões de euros.
Dos 3,7 milhões de euros que Cavaco Silva estima gastar, a maior fatia - 1,47 milhões de euros - destina-se a publicidade, seguindo-se as acções de campanha, com 665 mil euros, e o material de propaganda política, com 402 mil euros.
Quanto às receitas, o candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS-PP não apresenta quaisquer contribuições de partidos políticos, mas estima receber mais de dois milhões de euros de donativos de "pessoas singulares".
Cavaco Silva prevê ainda que terá cerca de 50 por cento dos votos, ganhando à primeira volta, uma vez que coloca como valor da subvenção estatal que lhe será atribuída aproximadamente 1,7 milhões de euros.
A candidatura de Mário Soares, apoiada pelo PS, apresentou o segundo maior orçamento, de mais de 2,9 milhões de euros, contando com 1,5 milhões de euros de "contribuição do partido".
Mais de dois milhões de euros serão gastos pela candidatura de Mário Soares em publicidade, promoção e propaganda, dos quais um milhão de euros em material de campanha e igual montante em acções de campanha.
Mário Soares calcula obter cerca de 25 por cento dos votos, contando com 899 mil euros de subvenção estatal, ligeiramente menos que o seu adversário Manuel Alegre, que inclui no orçamento uma subvenção de 900 mil euros.
O deputado socialista, que não tem o apoio de qualquer partido, prevê gastar cerca de um milhão de euros em publicidade, promoção e propaganda e agariar 100 mil euros em "fundos pecuniários" e 200 mil em "donativos em espécie".
A candidatura presidencial do secretário-geral do PCP prevê gastar 1,1 milhões de euros, dos quais mais de metade em material de campanha, seguindo-se a rubrica de "transporte de pessoas", com 125 mil euros.
Jerónimo de Sousa conta com 350 mil euros de subvenção estatal, ou seja, prevê alcançar entre 5 e 7 por cento dos votos.
O orçamento da candidatura de Francisco Louçã é o menor destes cinco: cerca de 550 mil euros.
O candidato apoiado pelo Bloco de Esquerda calcula gastar mais de 400 mil euros em material e acções de campanha e obter uma subvenção estatal de 425 mil euros, ou seja, o correspondente a entre 8 e 9 por cento dos votos.