A candidatura de Luís Filipe Menezes está contra as decisões tomadas na segunda-feira pelo Conselho de Jurisdição. Em causa está a exclusão de 1442 militantes da listas por pagamentos irregulares e a autorização de pagamentos de quotas a oito mil militantes dos Açores.
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O porta-voz da candidatura de Luís Filipe Menezes às eleições directas no PSD considerou que a decisões tomadas pelo Conselho de Jurisdição do partido favorecem a candidatura do actual presidente social-democrata Marques Mendes.
Em declarações à TSF, Ribau Esteves diz que há uma «revolta total» contra a decisão do conselho de ter retirado 1442 militantes dos cadernos eleitorais devido a irregularidades nos pagamentos de quotas.
«Estamos a viver o mais negro período da vida do PSD. É uma vergonha aquilo que o Conselho de Jurisdição decidiu. Marques Mendes e Guilherme Silva conspurcaram de forma muito grave esta eleição directa, adulterando as regras», afirmou.
Ribau Esteves considera que o presidente do PSD e o presidente do Conselho de Jurisdição do partido mudaram as «regras na recta final do jogo, retirando cerca de três mil militantes apoiantes de Menezes dos cadernos eleitorais».
Outras das críticas da candidatura de Luís Filipe Menezes prende-se com o facto de o Conselho de Jurisdição ter autorizado «excepcionalmente» o pagamento de quotas em atraso até ao dia das directas a cerca de oito mil militantes dos Açores.
O porta-voz recorda que esta autorização excepcional não é permitida pelas regras que o Conselho Nacional aprovou, sendo que houvesse lugar à mudança desta regra teria de ser o próprio Conselho Nacional a fazê-la e sempre para toda a gente.
«Esta é uma vergonhosa decisão que afecta gravemente a idoneidade e a seriedade do PSD, que macula de forma séria e grave aquela que é a história de um partido com um contributo notável para a democracia portuguesa», acrescentou.
Ribau Esteves disse ainda que a candidatura que apoia está disposta a recorrer a instâncias fora do PSD para alterar as decisões do Conselho de Jurisdição, incluindo o recurso ao Tribunal Constitucional.
«Estamos a admitir todas as possibilidades, nomeadamente a de recorrer no plano jurídico a entidades fora da esfera do PSD. Está provado que dentro do partido está tudo inquinado», concluiu.