António Capucho ameaçou, esta segunda-feira, que se demite do PSD de Cascais, caso as polémicas alterações aos regulamentos internos do partido avancem. O social-democrata sublinhou que não quer ter uma caixa registadora para receber as quotas.
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O social-democrata António Capucho revelou, esta segunda-feira, à TSF que se demite do PSD de Cascais, caso as polémicas alterações aos regulamentos internos do partido avancem.
«Sou presidente da sessão de Cascais do PSD mas não sei se por muito tempo, porque recuso-me a ser presidente com uma caixa registadora ao lado para receber as quotas dos militantes», disse o presidente da Câmara de Cascais.
O social-democrata, que subscreveu a carta de descontentamento contra as alterações ao regulamento interno do PSD, recusa que os militantes tenham sido informados sobre a alteração regulamentar interna, como alguns membros do partido referem.
«Tenho a certeza que, se estes regulamentos forem aprovados, recuso-me a ser presidente da assembleia» de Cascais, porque «recuso-me a fiscalizar actos eleitorais sobre os quais estes regulamentos vão permitir uma forte suspensão de pouca clareza», sublinhou.
Para António Capucho, as alterações no partido vão permitir que «pessoas com menos ética, que também as há no partido, possam, através do recurso a dinheiro, «regimentar pessoas que nada têm a ver com o partido para participarem nas votações».
«É relativamente fácil a inscrição nos partidos e, por outro lado, é baixa a quota que pagam», acrescentou.
O social-democrata reiterou ainda que lamenta o facto de não ter sido feito um debate interno sobre as alterações propostas e concordou que o PSD deveria concentrar-se em fazer oposição ao Governo e não a perder tempo com questões internas.
Adiantou ainda que a culpa de tudo isto é de Luís Filipe Menezes e de Pedro Santana Lopes, lançando-lhes a pergunta: «Porque é que não interromperam o processo que sabiam que ia ser polémico?».