Já foram resgatados os 22 tripulantes do navio de carga chinês «Coral Burker», que hoje de madrugada encalhou junto à barra de Viana do Castelo. O derrame de combustível e a remoção do cargueiro são as principais preocupações.
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Um navio de carga chinês encalhou de madrugada à entrada da barra de Viana de Castelo. Os 22 tripulantes do cargueiro «Coral Burker», de um armador de Hong Kong, já foram transportados para terra por um helicóptero «Puma» da Força Aérea Portuguesa, e encontram-se já instalados num hotel da cidade.
A aeronave começou as operações de salvamento cerca das 3:40, missão que terminou às 5:30.
Carlos Veiga, ajudante do Comando de Bombeiros de Viana do Castelo, contou à TSF o que se passou.
«A tripulação encontra-se já instalada numa unidade hoteleira aqui da cidade. Não houve qualquer tipo de ferimentos», disse. «O navio está no local onde encalhou, agora as entidades marítimas irão decidir o destino a dar-lhe. Não sei se haverá possibilidade de fazer qualquer tipo de resgate», concluiu desanimado.
O navio, procedente de Tallin, capital da Estónia, dirigia-se para Viana do Castelo com um carregamento de madeiras. Ao que tudo indica, o cargueiro sofreu uma avaria, ficando à mercê das correntes muito fortes e acabando por encalhar junto ao molhe da praia norte de Viana do Castelo.
«Em princípio, o navio (...) sofreu um rombo e tem alagada a casa das máquinas», adiantou fonte do comando naval.
O pedido de socorro foi feito via rádio, perto das 23:50 do dia de Natal.
Mancha de poluição
O que é certo, é que «existe um derrame de combustível», confirmou Carlos Veiga à TSF.
«Como houve uma ruptura no duplo fundo, junto da zona da casa das máquinas, houve alguma quantidade ainda bastante significativa de combustível (...) que provocou ali uma mancha de poluição bastante jeitosa».
E adiantou: «O navio está carregado com 620 toneladas (...) e vai ser um bocado difícil fazer qualquer limitação do derrame» pelo menos naquela zona.
Segundo o que o ajudante ouviu das entidades marítimas, é fundamental «evitar que essa mancha de poluição entrasse pela foz do rio Lima».
O mau estado do mar impede qualquer tentativa de limitar o avanço da mancha de combustível na zona mais próxima do local onde o navio encalhou. Carlos Veiga considera muito difícil remover dali o navio.
«Só se numa das próximas marés, que tenha uma cova mais elevada, com o auxilio de rebocadoras conseguirem tirá-lo do local onde ele está. Mas não estou a ver que essa situação seja muito viável».
Operações de resgate
Entretanto, a Marinha Portuguesa já mandou para o local a corveta «Honório Barreto», que deverá chegar cerca das 16:00 para participar nas operações de resgate do navio sinistrado.
Os bombeiros informaram que o navio de grande porte, 170 metros de comprimentos se encontra a cerca de 50 metros do molhe composto por pedregulhos de grandes dimensões.
Nesta altura, para além da barra de Viana do Castelo, continuam encerradas por causa do estado do mar, as barras de Caminha, Tavira e Vila Real de Santo António. A entrada nas barras está condicionada no Douro, Aveiro, Figueira da Foz e Setúbal.