O árbitro Carlos Xistra confirma ser um dos arguidos no caso «Apito Dourado», depois da lista publicada esta sexta-feira pelo «Correio da Manhã». O juiz diz estar tranquilo e que não vai suspender funções. Para a APAF, os arbitos envolvidos no processo deveriam suspender funções.
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Carlos Xistra confirmou à TSF que está no rol de arguidos do processo Apito dourado mas diz estar tranquilo com a situação.
O árbitro esclareceu que foi notificado em Fevereiro, na categoria de arguido. «Na altura fiquei um pouco surpreendido e intranquilo mas depois de ser ouvido e esclarecidos os factos fiquei à vontade, calmo e sereno», disse.
Carlos Xistra revelou que o seu nome surgiu no caso Apito Dourado depois do seu nome ter sido referenciado numa conversa telefónica entre terceiros escutada pela polícia.
«Compreendo que tinha de ser constituído arguido. Estou perfeitamente tranquilo. Sinceramente não esperava que, sete meses depois, o meu nome viesse à baila. Tenho consciência, e as pessoas que estão ao meu lado tem consciência que o meu nome só surge porque é um dos nomes sonantes do futebol», avançou.
Apesar de ter sido arguido neste escândalo Carlos Xistra diz que quer continuar a ser árbitro de futebol, por considerar que os factos que o levam a ser incluído na lista de arguidos do caso Apito Dourado vão ser esclarecidos e não interferem com a sua profissão.
Contactado pela TSF, Luís Guilherme, presidente da comissão de arbitragem da Liga de futebol disse que não vai ser a publicação da lista de arguidos que vai impedir a nomeação dos árbitros que são apresentados como arguidos.
«Até que o processo seja julgado e, eventualmente, existam condenados qualquer dirigente não pode fazer outra coisa senão continuar a nomear porque não temos mecanismos para impedir quem quer que seja para exercer a sua actividade», explicou aquele responsável.
Esta decisão é contestada por Vítor Reis, o presidente-demissionário da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF).
Ouvido pela TSF, Victor Reis explica que a APAF considera que os árbitros envolvidos no processo deviam pedir a suspensão de funções mas deixa a decisão à escolha de cada um.