Em Dezembro de 2004, três municípios do Norte de Portugal vão fazer parte de uma rota turístico-cultural de centros peninsulares. A arqueóloga Teresa Pires de Carvalho disse esta quinta-feira à TSF quais os pontos de interesse do castro de Penafiel.
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O projecto, apoiado pela Comunidade Europeia, envolve os municípios portugueses de Penafiel, Mogadouro e Miranda do Douro. Do lado espanhol, o projecto abrange as províncias de Salamanca e Ávila.
Nessa ocasião (Dezembro de 2003) estará criada uma rede que envolve vários antigos povoados castrejos, estando em curso investimentos de cerca de 2,5 milhões de euros para que a rota funcione de forma integrada, explicou a arqueóloga.
Em Penafiel, num dos castros mais importantes do país, encontra-se - a caminho do núcleo de casas mais relevante do castro e a subir o Monte Mosinho - a arqueóloga Teresa Pires de Carvalho, que acompanha o repórter da TSF, identifica quais os pontos de interesse do trajecto, aproveitando também para condenar quem não respeita a herança deste lugar.
«Este Castro devido à erosão e aos dois mil anos que passaram, acaba por ter uma profundidade pequena e vestígios quase à superfície, o que por um lado facilita a escavação e por outro lado facilita a destruição», disse Teresa Pires de Carvalho.
O Castro também é «infelizmente utilizado lá em cima para encontros menos claros», frisou referindo que «já se fizeram aqui sessões quase druidicas».
Há actos de vandalismo nos castros
Na segunda muralha - «desde que começamos a subir a partir de Penamuralha -, encontramos o núcleo mais escavado, mais alto e mais importante, onde se localizavam as casas de habitação mais importantes».
«Este conjunto de casas com planta rectangular e quadrada é um conjunto do século IV, é a parte mais recente do Castro. Estas casas colocaram-se sobre outras dos séculos anteriores», sublinhou.
A arqueóloga condena os actos de vandalismo que ocorrem nos castros. «Com essas situações fico irritada porque isto é um castro de classe classificada, portanto é de interesse público».
«Ou as pessoas trazem os seus próprios marcos e os colocam, ou pedem autorização antes de os colocar», afirmou salientando que «pintar um elemento, uma pedra de uma ombreira de uma porta antiga de dois mil anos é criminoso».