O CDS-PP insistiu, esta sexta-feira, com o Governo para que cumpra a promessa de generalizar a venda de medicamentos em unidose, alegando que isso pode representar uma poupança de 140 milhões de euros ao Estado e cidadãos.
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Em conferência de imprensa, na Assembleia da República, a deputada do CDS-PP Teresa Caeiro anunciou que o partido entregou um projecto de resolução com esse objectivo e outro para que o Governo promova as cirurgias em ambulatório.
«São duas propostas concretas, positivas», com as quais o Governo «acabará por concordar», considerou.
De acordo com Teresa Caeiro, «só falta vontade política para pôr em prática o mecanismo de distribuição de medicamentos em unidose» porque «do ponto de vista legislativo e administrativo não é uma medida muito complexa».
A venda de medicamentos em dose unitária «pode representar uma poupança de cerca de 140 milhões de euros, 86 milhões ao Estado e o restante aos bolsos dos utentes», alegou.
A deputada referiu que «no Orçamento do Estado para 2008 estão inscritos 1500 milhões de euros que sairão do Serviço Nacional de Saúde para medicamentos» e que «o desperdício de medicamentos é óbvio e foi objecto de estudos».
«Todos conhecemos em nossas casas o desperdício de medicamentos, 10 por cento dos medicamentos vendidos não são consumidos», acrescentou, concluindo Estado e cidadãos ganharão com a adequação da «quantidade comprada à quantidade necessária».
A venda em unidose implica, disse Teresa Caeiro, «que seja generalizado o sistema de prescrição por Denominação Comum Internacional (DCI)» do princípio activo, outro «compromisso do Governo ainda não cumprido».
Quanto às «cirurgias em ambulatório, com entrada e alta no mesmo dia», para a deputada do CDS-PP não há «nenhuma razão válida" para que não sejam em maior número em Portugal, salientando que "o avanço da medicina permite o seu alargamento».
«Só têm vantagens. Representam menos encargos, permitem libertar camas e que a recuperação seja em meio familiar. Portugal, com 22 por cento de cirurgias feitas em ambulatório, está muito abaixo da média europeu, que é 55 por cento», afirmou.
Segundo Teresa Caeiro, o Governo pode favorecer as cirurgias em ambulatório porque «é uma questão que depende de orientações logísticas, organizativas, de uma certa organização dos hospitais».