O CDS-PP exige a presença do ministro da Justiça e do PGR no Parlamento isto após Pinto Monteiro ter admitido a possibilidade de um dos seus telemóveis estar sob escuta. Já o Presidente da República não quis comentar estas declarações de Pinto Monteiro.
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O CDS-PP exigiu audições urgentes no Parlamento com o ministro da Justiça e como Procurador-geral da República, após declarações de Pinto Monteiro, em que o PGR admitia poder ter um dos seus telemóveis sob escuta.
Em declarações à TSF, o deputado Nuno Melo considerou estas declarações de Pinto Monteiro ao semanário Sol da «maior gravidade», pois o procurador deixa de ser o garante de que as escutas telefónicas não serão usadas «levianamente».
«No plano de um Estado que é de Direito e numa matéria que é de direitos, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos, a audição do senhor PGR e ministro da Justiça impõe-se na primeira comissão na Assembleia da República», considerou.
Este parlamentar centrista lembrou ainda que as declarações de Pinto Monteiro assumem ainda contornos de maior gravidade, depois de ter entrado em vigor há relativamente pouco tempo o Código de Processo Penal.
«Passado pouco mais de um mês depois da entrada em vigor do código estamos a ouvir do Procurador-geral da República aquilo que ouvimos. Isto é tudo demasiado grave e estão demasiadas coisas postas em causa ao nível dos direitos fundamentais dos cidadãos e das garantias que têm de ter», frisou.
Nuno Melo questionou-se ainda se o PGR não sabe se está a ser alvo de escutas telefónicas, «então que dirá qualquer outro cidadão, do Presidente da República ao mais modesto dos cidadãos deste país».
Por seu lado, o Presidente da República escusou-se a comentar a entrevista dada pelo procurado ao semanário Sol, tendo Cavaco Silva reconhecido, contudo, a «delicadeza» do assunto.
«Tive recentemente uma reunião como o senhor Procurador-geral da República e entendo que em relação a essas matérias, eu, como Presidente, não me devo pronunciar em público», explicou.