Guilherme Magalhães, do CDS-PP, confirmou que os populares estão a preparar-se para irem às legislativas sozinhos, embora não descartem uma eventual coligação. Também em reação à entrevista de Santana Lopes à RTP, Bernardino Soares considerou que a posição do PSD sobre a proposta comunista relativa ao aborto ainda não está totalmente definida.
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O porta-voz do PP, Guilherme Magalhães, concorda com o prazo estabelecido por Santana Lopes para a decisão final sobre uma coligação para as legislativas (Primavera de 2006) e sempre vai dizendo que os populares estão prontos para ir para este acto eleitoral sozinhos.
«O CDS está a preparar-se para ir a eleições sozinho, pois é isto que lhe compete enquanto partido político. Mas não enjeita ou elimina, em tempo devido, analisar com o actual parceiro da coligação governamental uma eventual coligação eleitoral», esclareceu numa reacção à entrevista do primeiro-ministro à RTP.
Em declarações à TSF, o responsável popular aplaudiu também a posição de Santana Lopes sobre a proposta de suspensão de processos criminais relacionados com o aborto, uma vez que o primeiro-ministro entende que o projecto dos comunista como «intromissão no poder judicial».
«Também foi claro em dizer que existe um compromisso entre PSD e CDS nesta legislatura para que não se altere a lei actual. Na próxima legislatura veremos. O CDS está sempre aberto a analisar propostas de evolução que melhor sirvam os portugueses», concluiu.
Opinião diferente tem o líder parlamentar comunista que entende que as declarações de Santana Lopes não afastam por completo a possibilidade de a proposta do PCP ser aprovada.
«Não damos como definitiva a posição do PSD. Aguardamos que ela seja tomada de forma clara e inequívoca em sede própria. Mas a confirmar-se esta inclinação, o que nos parece é que é negativa, pois pensamos que a proposta podia e devia ser aprovada pelos partidos da maioria», afirmou Bernardino Soares à TSF.
O parlamentar do PCP entende que a proposta comunista «não é uma alteração à lei». «É uma suspensão dos seus efeitos até que nova proposta seja discutida para a sua alteração definitiva», concluiu.