O CDS/PP vai concorrer sózinho às próximas legislativas, anunciou esta quarta-feira Paulo Portas, afastando uma coligação com o PSD. O ainda ministro da Defesa deixou também um repto a Jorge Sampaio para promulgar o Orçamento de Estado.
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Numa declaração na sede do CDS, Paulo Portas, presidente do partido, fez uma interpretação dos dois últimos congressos do PSD, seu parceiro de coligação no Governo, tendo concluído que não há condições para um novo entendimento nas eleições antecipadas.
No último Congresso social-democrata, há duas semanas, várias vozes se levantaram contra uma eventual coligação eleitoral entre os dois partidos.
«Sejamos francos e sejamos práticos: os dois últimos congressos do nosso parceiro de coligação, o PSD, mostraram que o sentimento legítimo do partido não é especialmente favorável a entendimentos pré-eleitorais», afirmou o ainda ministro da Defesa, numa declaração sem direito a perguntas dos jornalistas.
«O partido (CDS-PP) fará o seu caminho interno, reunirá a Comissão Política e o Conselho Nacional. É o que chega, é o que basta», disse Portas.
Até à dissolução da Assembleia da República - e consequente queda do Governo - Portas prometeu manter uma articulação com o PSD, «cumprindo todos os deveres de Estado».
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«Se não houver orçamento os portugueses ficam privados do aumento da função pública, ficam meses à espera de melhorias nas pensões, deixam de poder contar com a descida do IRS», sublinhou.
«Estou a pensar no meu país, só aqueles que não conhecem a Administração podem dizer que é melhor o orçamento não ser aprovado. Por isso, o CDS considera que o Presidente da República pode esclarecer se tenciona promulgar o orçamento de Estado», concluiu Paulo Portas.