O advogado de Paulo Pedroso admite a hipótese de vir a suscitar a anulação do processo Casa Pia quando pedir a abertura de instrução. O advogado de Carlos Cruz estranha que não haja um índice num processo de 13 mil páginas
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O advogado de Paulo Pedroso admite a hipótese de vir a suscitar a anulação do processo Casa Pia quando pedir a abertura de instrução.
Celso Cruzeiro (na foto), que esteve esta manhã no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) a consultar parte das 13 mil páginas do processo, continua a considerar que este caso é «estranho e complexo».
«Só no fim de lermos o processo é que temos uma ideia de tudo o que vamos argumentar», disse o advogado, que já consultou oito (de 60) volumes do processo.
Sá Fernandes estranha ausência de índice
O advogado de Carlos Cruz, Ricardo Sá Fernandes, nada quis adiantar sobre a estratégia de defesa do apresentador de televisão e recusou confirmar as notícias da imprensa desta manhã que davam conta da existência de álibis no caso do seu cliente.
De acordo com o advogado, a estratégia de defesa só será definida depois de Carlos Cruz voltar a ser ouvido pelo juiz de instrução, Rui Teixeira.
«Carlos Cruz terá oportunidade de mostrar a sua inocência em sede própria, que é perante o juiz», afirmou Sá Fernandes, que acrescentou «esperar» que isso aconteça na próxima semana.
O advogado não deixou contudo de criticar a organização do processo, nomeadamente pelo facto de não haver um índice que oriente a leitura das suas 13 mil páginas.
«Duvido que o Ministério Público não tenha o seu próprio índice», afirmou. «Não consigo perceber como é que um processo desta grandeza no século XXI não tem índice», desabafou o advogado.
Cunha e Sá ainda não decidiu se requer instrução
Paulo Sá e Cunha, advogado do ex-provedor adjunto da Casa Pia, Manuel Abrantes, adiantou aos jornalistas que ainda não decidiu se vai requerer abertura de instrução do processo.
O advogado achou que «não é pertinente» comentar as notícias sobre a existência de álibis. «Quando conhecer o processo com profundidade (...) ponderarei qual é a melhor maneira de defender o meu cliente», afirmou, lembrando que nesta altura «é prematuro elaborar estratégias de defesa»
Sá e Cunha garantiu, contudo, que mantém hoje «a mesma convicção na abosluta inocência» do seu cliente e pediu à comunicação social contenção neste processo.
Tendo em conta o trabalho «moroso e complicado» que existe pela frente, o advogado pediu aos jornalistas que «nos deixem trabalhar com alguma calma».
«Ainda agora começámos e temos muito caminho pela frente», explicou.