Os cerca de 100 mil professores que, segundo os sindicatos, participaram este sábado na «Marcha da Indignação» exigiram a demissão da ministra da Educação, a renegociação do Estatuto da Carreira Docente e a suspensão do processo de avaliação de desempenho.
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O último dado validado pela PSP apontava para uma adesão superior a 85 mil pessoas.
A confirmar-se o número da organização, participaram na marcha 70 por cento dos docentes, o que representa mais de dois terços da classe profissional.
Ouvido pela TSF, Mário Nogueira, da Fenprof, sublinhou que esta mobilização mostra que «os docentes não estão a ser alvo de manipulação por parte dos sindicatos».
Mário Nogueira considerou que, depois desta demonstração de descontentamento, a ministra «não tem condições para se manter no cargo».
Também João Dias da Silva, da FNE, reclamou alterações ao estatuto da Carreira Docente, afirmando que «os sindicatos mantêm-se disponíveis para dialogar com a tutela».
Numa resolução aprovada por aclamação e unanimidade no plenário de professores na Praça do Comércio, em Lisboa, os docentes afirmam que «se esgotaram todas as vias do diálogo e negociação possíveis».
«Os professores e educadores portugueses reafirmam a sua profunda indignação face ao desrespeito e desconsideração que têm sido manifestados pelo actual Governo, em especial pelos membros da equipa do Ministério da Educação, equipa que deixou de reunir condições para se manter em funções», refere a resolução.
Para garantir «a serenidade indispensável para que o ano lectivo termine sem perturbações mais graves do que as já existentes» os docentes exigem ao Ministério da Educação a suspensão do processo de avaliação de desempenho até final do ano lectivo e a não aplicação ás escolas «de qualquer procedimento que decorra do Regime de Gestão Escolar», recentemente aprovado em Conselho de Ministros.
Depois de aprovada esta resolução, os milhares de docentes presentes na Praça do Comércio cantaram em uníssono «está na hora, está na hora de a ministra ir embora».