A retirada anunciada do sistema de satélites Iridium não deverá ser um risco para os habitantes da Terra. As possibilidades de alguém ser atingido são de 250 para uma, diz o estudo conduzido pela NASA.
Corpo do artigo
Cientistas da NASA colocam as hipóteses de alguém ser atingido por algum destroço resultante do fim anunciado do primeiro satélite telefónico global, em 250 para um.
As pespectivas de que um acidente pudesse resultar da retirada geral de órbita do sistema conhecido como Iridium, foram sublinhados num estudo, mantido secreto até agora, levado a cabo pela National Aeronautics and Space Administration.
Esta análise foi feita em Abril, já que o governo norte americano temia que os medos que pudessem resultar de uma operação apressada para recuperar «hardware» espacial inutilizável, pudessem despoletar «ansiedade geral» no público.
O estudo foi disponibilizado à Reuters pela Comissão Federal para as Comunicações, ao abrigo do Acto para a Liberadade de Informação. Chegou à conclusão que quatro tipos de componentes sobreviverão, provavelmente, à entrada flamejante na atmosfera: 10 kg. de tanques de combustível em titânio, 30 kg. de baterias, 6.3 kg. de estruturas de suporte e 116 kg. de paineis eletrónicos de controlo.
A NASA calculou que «com a informação actualmente disponível, a probabilidade de alguém ser atingido por detritos resultantes da precipitação na atmosfera do sistema Iridium está estabelecida que será de um em 18,405 por reentrada, e um em 249 por todos os 74 satélites combinados».
A Motorola Corporation, que construiu, financiou e operou o sistema, no valor de mais de cinco mil milhões de dólares (aproximadamente 1,200 milhões de contos), afirmou que iria «empurrando» os seus satélites para órbitas descendentes, durante este mês, na ausência de compradores.
O Pentágono tem tentado protelar o fim do sistema, assinando um contrato de três milhões de dólares por mês para obter tempo ilimitado de utilização do serviço Iridium para mais de 20 mil agentes governamentais que utilizam telefones ligados a serviços de satélite, incluindo as forças militares americanas espalhadas pelo mundo.
Desde que os soviéticos lançaram o Sputnik no dia quatro de Outubro de 1957, já aconteceram quatro mil reentradas naturais de satélites na atmosfera, e nunca ninguém foi ferido por destroços resultantes dessas reentradas, afirmou Nicholas Johnson, autor deste estudo e responsável do programa da agência espacial norte americana para detritos espaciais.