Um grupo de cidadãos do Porto recolheu quatro toneladas de alimentos para Timor. Agora, foram informados que só podem ser enviadas duas toneladas e sentem-se enganados pelo Governo que não deu qualquer explicação.
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Um grupo de cidadãos do Porto, em conjunto com algumas paróquias e com o apoio da câmara municipal, começaram, em Agosto, a recolher alimentos para enviar para Timor. Ao todo, conseguiram juntar quatro toneladas, mas agora foram informados que só podem ser enviadas duas toneladas.
Fernando Azevedo, um dos empresários que se empenhou nesta missão, lamenta que agora o Governo dê o dito por não dito.
«Tinha sido disponibilizado pelo Ministério da Defesa um avião para levar quatro toneladas e uma embaixada de empresários que iam fazer a distribuição. À última da hora esse avião foi cancelado. As quatro toneladas agora vão num avião da Air France que encontraram à última da hora» mas a embaixada de empresários vai ficar por terra, explicou à TSF.
«É uma missão que está em curso desde Agosto e que à última da hora foi cancelada. Sentimos que fomos enganados. Não nos deram qualquer explicação», lamentou ainda.
Segundo Fernando Azevedo a única informação que chegou até à missão foi que os seus esforços foram em vão.
«Pelo que nos foi dito houve um assessor que andou a tentar resolver o problema e não conseguiu, o ministério da Defesa prometeu e não cumpriu e esta missão, pelos vistos, estava a incomodar muita gente, nomeadamente, o nosso Governo», criticou.
Os empresários contavam também estabelecer contactos a nível comercial, adianta o empresário, outro aspecto da missão que foi suspenso.
«Esta missão, além de ser uma missão humanitária importantíssima, era também uma missão empresarial. Já estava combinado, nomeadamente com responsáveis timorenses, oferecermos os nossos préstimos como empresários, na área do ambiente, das obras públicas, etc», adiantou.
«Nós fazemos isto há quatro anos e todos os anos temos enviado alimentos para várias zonas do mundo. Este ano, para Timor há um boicote que é feito, inclusivamente, pelo Governo e pela comunicação social», acrescentou Fernando Azevedo mostrando o seu descontentamento.