Todas as alterações genéticas introduzidas nos genes de um bebé, para além das características herdadas dos pais, são transferidas para as gerações futuras. Por isto, alguns cientistas apelam à proibição da prática ou a uma maior regulação.
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A descodificação do genoma humano levou a que as expectativas na àrea da genética se elevassem.
No entanto, uma experiência veio provar que todas as alterações feitas em genes perduram na herança genética das gerações futuras. Facto que leva alguns cientistas a defenderem a proibição da prática em seres humanos.
Num tratamento contra a infertilidade, numa clínica dos Estados Unidos, verificou-se que 30 bebés nasceram com genes adicionais de um doador, além dos genes herdados dos pais. Em idade adulta, as alterações genéticas serão transferidas para os seus descendentes.
Por esta razão, Mark Frankel e Audrey Chapman, da Associação Americana para o Avanço da Ciência, defendem a criação de um sistema que reveja os projectos de modificação genética em humanos.
De outra forma, «pesquisadores da indústria da fertilidade vão ampliar estudos para melhorar o código genético de seres humanos, contribuindo para que aumente o fosso entre ricos e pobres», consideraram os cientistas à revista «Science».
Mark Frankel e Audrey Chapman pedem mesmo que o governo de George W. Bush avance com uma agência reguladora ou amplie as competências dos órgãos já existentes para que os laboratórios que executam alterações genéticas em humanos sejam controlados.