Cientistas preocupados com um eventual impacto na Terra discutem o que fazer, se tal deixar de ser argumento para os filmes de Hollywood e se tornar uma realidade.
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Um grupo de cientistas quer aprender a lidar com um possível impacto de objectos no planeta azul. Para tal, vão estabelecer um padrão para lidar com a possibilidade de um asteróide ou um cometa chocarem com a Terra, e evitar assim uma repetição na versão humana daquilo que se pensa ter acontecido com os dinossáurios, há 65 milhões de anos.
Os investigadores esclarecem que, se um objecto com apenas 800 metros de diâmetro atingir a Terra, será libertada uma quantidade de energia 10 milhões de vezes superior à bomba atómica largada em Hiroshima, no final da Segunda Guerra Mundial.
Daniel Durda, do departamento de estudos espaciais do Instituto de Investigação do Sudoeste do Colorado, em conjunto com os cientistas Clark Chapman e Robert Gold, publicaram recentemente um artigo para encorajar uma discussão que ajude a fundamentar a abordagem científica sobre uma possível colisão.
NASA analisa objectos próximos da Terra
Determinar o risco de um eventual impacto é também o objectivo de um grupo de cientistas da NASA, que neste momento trabalha na identificação dos objectos próximos da Terra (Near Earth Object - NEO) com o diâmetro igual ou superior a 0,9 quilómetros.
Estes objectos são uma mistura de cometas, pedaços de gelo e poeiras, formados nos limites do sistema solar, e asteróides que se desenvolveram entre as órbitas de Marte e Júpiter.
Ocasionalmente, estes objectos são empurrados para perto do sol em virtude da força da gravidade e atravessam a órbita da Terra.
À semelhança de alguns filmes produzidos por Hollywood, são duas as alternativas que os cientistas propõem em caso de um asteróide ou um cometa serem detectados em rota de colisão com a Terra: prender um foguetão ao objecto de modo a desviar a sua rota ou desfazê-lo em pequenos pedaços com uma bomba atómica.
No entanto, mesmo que a eventualidade de uma possível colisão seja conhecida com décadas de antecedência, a praticabilidade e o custo de tais operações estão ainda no segredo dos deuses.